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domingo, 16 de novembro de 2008

ÁGUA (4ª Parte)

Se pudéssemos olhar a Terra de cima, veríamos uma grande esfera azul: é porque o mar toma conta de quase todo o planeta.
Os oceanos compõem cerca de 70% da superfície da Terra, e os continentes ocupam o restante. Ou seja: quase 2/3 do planeta são cobertos de água.
Mas a maior parte desse montão de água é imprópria para consumo. Do total, 97% é água do mar, muito salgada para beber e para ser usada em processos industriais; 1,75% está congelada na Antártica, na região do pólo Norte e em outras geleiras; 1,243% fica escondida no interior da Terra. Sobram apenas 0,007% de água boa para ser usada. O planeta Terra possui mais água do que qualquer outra substância em sua estrutura. A camada externa da Terra é dura e rochosa e tem até 60 quilômetros de espessura. Embaixo dos oceanos essa crosta não é tão grossa, e chega a 8 quilômetros.
A água é também muito importante para a vida dos animais, pois eles dependem dela para a respiração, a digestão e a reprodução, e o mesmo acontece com o homem.
Grande parte do corpo humano é feita de água, assim como em todos os outros seres vivos: é o elemento em maior quantidade nas células e no sangue dos animais e também na seiva das plantas. Sem água, o planeta seria uma imensidão sem vida.
Você sabia que existem lençóis de água debaixo da terra? Não?
UM LENÇOL EMBAIXO DA TERRA A água que bebemos todos os dias é captada de diversas maneiras: em lençóis freáticos, fontes, mananciais, rios e lagos. Os lençóis são menos sujeitos aos efeitos da poluição, pois são reservas subterrâneas de água. Mas quando há poluição do solo, substâncias podem se infiltrar e contaminar até mesmo essas caixas d'água sob o chão.
Os lençóis não são rios subterrâneos _ como a maioria das pessoas pensa _, pois a água não corre embaixo da Terra. A água dos lençóis fica parada, armazenada entre pedras, areia e outros minerais, como calcário.
A água não ultrapassa uma certa profundidade pois encontra rochas impermeáveis. Quando a água é pressionada para a superfície, surge uma fonte natural, também chamada de poço artesiano.
Mas o consumo de água não acontece apenas quando bebemos um copo d’água ou abrimos a torneira para escovar os dentes. O homem utiliza água em muitas outras atividades: na limpeza de casas, prédios e ruas; na agricultura para regar as plantações; na indústria, para sintetizar novos produtos e misturar substâncias; e ainda em atividades de lazer, como os grandes parques aquáticos.
A água é um recurso natural renovável
A água é um recurso natural renovável. Os ciclos de chuva garantem água sempre limpa caindo do céu e suprindo as nascentes dos rios e o nível dos lagos.
A água dos mares, rios e lagos evapora e se transforma em chuva novamente. Mas o grande aumento do consumo e o desperdício ameaçam essa ordem da natureza, pondo em risco o recurso natural mais importante da Terra.
A poluição das reservas e das fontes é o grande problema para o futuro abastecimento do planeta. E a maioria das pessoas não percebe que a água, apesar de parecer existir em quantidades infinitas, não é um recurso inesgotável quando há interferência do homem na natureza.
O acúmulo de lixo junto às nascentes e a infiltração de fertilizantes minerais (fosfatos e nitratos) no subsolo contaminam as principais fontes de obtenção de água, poluindo uma riqueza que não tem preço.
Nas grandes cidades, o despejo de esgoto e detritos industriais também são uma grande ameaça. No Brasil, 80% dos esgotos não recebem nenhum tipo de tratamento, e são jogados diretamente nos rios, lagos, represas e mananciais.
Adivinhe qual o país mais rico em recursos hídricos do mundo...
A má distribuição das chuvas é um problemão. Em certos lugares chove demais, causando enchentes desastrosas, em outros chove muito pouco. A maior parte das chuvas do planeta acontece sobre os oceanos. É literalmente chover no molhado...
Nas superfícies continentais, ou seja, nas porções de terra que formam os continentes, a água normalmente é insuficiente. Pouco mais da metade da área dos continentes recebe menos de 500 mm de chuvas por ano, uma quantidade muito pequena. Isso dificulta muito o uso da água para as mais diferentes atividades: agricultura, indústria, uso doméstico, etc. Segundo cientistas da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, em 2025 cerca de 3,3 bilhões (!) de pessoas não terão acesso à água para irrigação, a atividade humana que mais usa esse precioso líquido. É um problemão a ser enfrentado em breve. Já o Brasil é um verdadeiro privilegiado nesse cenário: nosso país é o mais rico em recursos hídricos do mundo! Mas esse desequilíbrio na distribuição de água se repete: 80% das fontes de água potável ficam na região Norte, justamente a menos povoada do país.
Falta de água
Algumas soluções estão sendo estudadas para a falta de água na Terra. Tem gente até pensando em buscar água em outros planetas e astros se a escassez virar um fantasma de verdade _ se é que existe água em Marte e na Lua...
Ainda bem que a gente já pode dar um jeito nisso aqui na Terra mesmo! A primeira solução fica por conta de cada cidadão consciente, e deve ser praticada todos os dias: economizar o quanto puder. Sabe a história do beija-flor que tentava apagar o incêndio na floresta carregando um montão de água, de gotinha em gotinha, no bico? O leão tirou um barato da cara do beija-flor, achando que era perda de tempo. E o beija-flor respondeu "Estou fazendo a minha parte". É a mesma coisa: se cada um fizer a sua parte e não deixar a torneira aberta, a mangueira escorrendo enquanto lava o carro, não demorar um século no chuveiro, nem deixar vazamentos sem conserto, já é uma grande façanha! Parece pouco, mas não é. Além desse "trabalho de formiguinha", que é muito importante, especialistas em todo o mundo quebram a cabeça para resolver o problema da escassez de água. Entre as soluções estão a dessalinização, a irrigação e o uso das geleiras.
Dê uma olhada em algumas soluções para acabar com a falta d'água no planeta!
Dessalinização - É possível aproveitar as águas dos mares, se elas forem tratadas em processos de purificação. Já existem projetos de dessalinização da água do mar na Austrália, nos Estados Unidos e no Kwait.
A água obtida por esse processo não é potável, ou seja não pode ser usada para beber, mas pode ser útil para irrigação e no sistema de esgoto doméstico.
Irrigação - É um processo em que a água é normalmente captada em rios e lagos e transportada através de canos até o local da plantação. No Brasil, já se estuda essa solução para amenizar a seca no Nordeste, com a transposição das águas do rio São Francisco. A água pode ser colocada diretamente no subsolo, embaixo das plantas, ou borrifada no solo com chuveirinhos. Pode também ser despejada diretamente no chão em longos canos. A superfície total irrigada em todo o mundo ainda é pequena: cerca de 250 milhões de hectares (menos de um terço da área do Brasil). Os países que mais utilizam a irrigação são a China e a Índia, principalmente em plantações de arroz.
Existem técnicas de irrigação muito antigas, de até 5000 a.C., usadas pelos povos da Mesopotâmia. O aproveitamento das águas do rio Nilo, um dos maiores do mundo, também é muito antigo e fundamental para a região do deserto do Saara no Egito.
No entanto, menos de 20% das áreas agrícolas de todo o mundo utilizam métodos de irrigação porque é um processo muito caro.
Geleiras - É o processo mais difícil de obtenção e armazenamento de água. As geleiras são grandes massas de neve que se transformam em gelo, quando acontece a expulsão do ar que normalmente fica misturado à neve. A maioria das geleiras fica na Antártica e na Groenlândia, mas existem algumas em regiões montanhosas da Europa e do Alasca. Mesmo localizadas em regiões marítimas, as geleiras são sempre formadas por água doce.

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