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domingo, 22 de março de 2009

Imigrantes (5ª Parte)

A imigração árabe no Brasil tem início com a chegada de imigrantes árabes que começaram a desembarcar no País em fins do século XIX. No início do século XX, esse fluxo imigratório cresceu e passou a se tornar importante. Atualmente, 15 milhões de brasileiros possuem ascendência árabe. A maioria é de origem libanesa (7 milhões), enquanto o restante é, predominantemente, de origem síria. É notável, também, a presença de palestinos, egípcios, marroquinos, jordanianos, iraquianos, entre outros.

Histórico
O Imperador D. Pedro II, após efetuar uma viagem diplomática ao Oriente Médio, mostrou-se fascinado pela cultura local e pela cordialidade do povo árabe. Consta que, por meio do Imperador, as primeiras levas de imigrantes árabes foram atraídas para o Brasil.

Há séculos dominados pelo Império Turco-Otomano, os árabes viram na emigração uma forma de fuga da violenta dominação turca. Os turcos, de fé islâmica, perseguiam as comunidades cristãs árabes. Em fins do século XIX os árabes cristãos, em sua maioria partindo da Síria e do Líbano, passaram a se espalhar pelo mundo: os destinos principais foram a América do Norte, América do Sul e, em especial, o Brasil.

A imigração no Brasil
O Brasil era um país quase desconhecido no mundo árabe. Os imigrantes apenas sabiam que estavam indo para a América e, por muitas vezes, imaginavam estarem indo para os Estados Unidos. Ao chegar ao Brasil, muitos árabes se chocaram ao descobrir que estavam, de fato, aportando na América do Sul.
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As primeiras levas significativas de imigrantes sírio-libaneses começaram a aportar no Brasil na década de 1890. Calcula-se que, até o ano de 1900, chegaram ao Brasil 5.400 árabes. Os problemas sócio-econômicos agravados no Oriente Médio no início do século XX fizeram crescer a emigração em direção ao Brasil: no ano de 1920 viviam no País pouco mais de 50 mil árabes.
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Vida nova em São Paulo
A grande maioria dos imigrantes árabes chegados ao Brasil rumaram para São Paulo. Na capital do estado, os sírio-libaneses rapidamente formaram uma próspera comunidade de comerciantes. Foram os árabes que criaram a rua 25 de Março, hoje o maior centro de comércio do Brasil.
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Muitos imigrantes se aventuraram e cruzaram o Brasil de Norte a Sul trabalhando como mascates, vendendo produtos vindos da Europa e do Oriente. Esses últimos se espalharam por todo o Brasil, deixando descendentes em todos os 5.000 municípios do País.
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Recente corrente imigratória
A Guerra Civil no Líbano, entre os anos de 1975 e 1991, formou uma nova corrente migratória em direção ao Brasil, agora incluindo um número considerável de muçulmanos.
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Integração dentro da sociedade brasileira
Os árabes foram um dos grupos de imigrantes que menos sofreram para se adaptar ao Brasil. Em sua maioria árabes-cristãos, os imigrantes não encontraram uma realidade religiosa divergente. Além disso, encontraram no Brasil uma sociedade extremamente miscigenada, acolhedora e acostumada com a diversidade étnica.

Os árabes, agarrados ao costume da preservação familiar, formaram famílias enormes por todo o Brasil, incluindo-se casamentos dentro da colônia árabe e, também, diversos com não-árabes. Embora nunca tenham chegado em enormes contingentes ao Brasil, atualmente milhões de brasileiros são descendentes de árabes, devido a esse forte costume de possuir famílias numerosas.

Segundo estimativas do IBGE, referendadas pela Liga Árabe, o Brasil possui a maior colônia árabe fora de seus países de origem. Estima-se que vivam no Brasil entorno de 15 milhões de árabes, alguns pesquisadores apontam números da ordem de 20 milhões. Números substanciais, dado que a população do Líbano atualmente é de 7 milhões e da Síria é de 19 milhões.
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Religião
Os árabes que imigraram ao Brasil eram, em sua grande maioria, pertencentes a igrejas cristãs, sendo a maioria dos libaneses católicos maronitas. Chegados ao Brasil, rapidamente se associavam à Igreja Católica. Porém, a leva mais recente de imigrantes libaneses é, consideravelmente, islâmica. O censo do IBGE contabilizou a existência de 27.239 islâmicos no Brasil, embora a Federação Islâmica Brasileira afirme a presença de 1,5 milhão de muçulmanos no País.
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Célebres Árabe-brasileiros:

População total:

  • 15 milhões

Regiões com população significativa:

Línguas:

Religiões:

terça-feira, 17 de março de 2009

Imigrantes (4ª Parte)

IMIGRANTES CHINESES


Os chineses entraram, oficialmente, em São Paulo em 15 de agosto de 1900 e eram em número de 107 imigrantes; todavia, no século XIX, já era grande a intenção de substituir a mão-de-obra escrava pelo trabalho chinês. Pode-se imaginar as imensas dificuldades para esses imigrantes inseridos em uma cultura e região completamente diferentes e distantes de sua terra. Estima-se que pelo menos 4 mil chineses entraram no país no período colonial. De todos os imigrantes, os chineses foram aqueles que mais sofreram com a vinda para o Brasil, uma vez que, na cultura chinesa daquele período, o chinês que deixasse seu país perdia sua tradição e o direito de enterrar seus próprios pais. Como acontecia com os escravos, alguns chineses se suicidavam, imaginando a marginalização que sofreriam numa volta, se houvesse, a seu país. Hoje vivem no Brasil cerca de 200 mil chineses e descendentes, dos quais um número superior a 130 mil moram em São Paulo, particularmente no bairro do Cambuci.
Bule do único serviço armoriado feito na China especialmente para o Brasil: o de chá e café com as armas do jovem Império e a inscrição Viva / a / Independência / do Brasil, oferecido a Pedro I por "um grupo de patriotas".
Os primeiros imigrantes chineses vieram para desenvolver o cultivo do chá em São Paulo e trabalhar na implantação de ferrovia no Rio de Janeiro, capital do país na época. Já em 1810, Portugal organizava em sua colônia de Macau a vinda dos primeiros chineses para o país.A primeira entrada oficial de chineses em São Paulo ocorreu o 15 de Agosto de 1900. Eram 107 pessoas que, viajando no vapor Malange, procedente de Lisboa, desembarcou no Rio de Janeiro sendo conduzido em seguida para a Hospedaria de Imigrantes, na cidade de São Paulo.Mas, o grande fluxo da imigração chinesa de deu a partir da década 50. Os principais motivos dessa migração foram as guerras que estavam ocorrendo na China e a falta de alimentos no País. Os dois principais problemas enfrentados pelos imigrantes mais antigos, foram, em primeiro lugar, a dificuldade em aprender o português e, em segundo, a dificuldade de conseguir emprego. Eles se aplicavam em aprender a língua, pelo menos o mínimo para se comunicar com os brasileiros e arranjar trabalho. As contribuições da comunidade chinesa em São Paulo são inúmeras. Além dos restaurantes típicos, eles trouxeram a técnica da acupuntura, as artes marciais, horóscopo chinês,contribuição no campo da medicina e incorporaram os fogos de artifício em nossa cultura entre tantas outras. Encontramos chineses comandando pastelarias, os que operam pequenas lavanderias familiares outra marca registrada que na imagem popular caracteriza os imigrantes vindos da China. Estima-se que atualmente vivem no Brasil cerca de 200 mil chineses e descendentes, dos quais um número superior a 130 mil moram em São Paulo.
DEPOIMENTOS
Os dois principais problemas enfrentados pelos imigrantes mais antigos, foram, em primeiro lugar, a dificuldade em aprender o português e, em segundo, a dificuldade de conseguir emprego. Segundo Keung, eles se aplicavam am aprender a língua, pelo menos o mínimo para se comunicar com os brasileiros e arranjar trabalho. E ele sabe bem do que fala, pois chegou ao país em 1958, com apenas três anos de idade. Veio de navio com a mãe e o irmão mais velho para encontrar o pai, que chegou antes.
“Foi uma viagem estressante, de 45 dias, mais ou menos. Cresci praticamente como brasileiro. Viemos do Porto de Santos direto para São Paulo e, desde então, morei com minha família na capital. Acho até que foi por causa dessa dificuldade inicial que os imigrantes chineses começaram a formar associações entre eles e trabalhar em comércios pequenos. Depois fundaram sociedades em pequenos negócios, como as famosas pastelarias chinesas a partir da década de 50”, contou.
Os descendentes mais novos dos imigrantes chineses se sentem totalmente integrados ao Brasil e a São Paulo. Keung, que também realiza atividades com jovens descendentes na Associação Cultural Chinesa, destaca, entretanto, que a cultura chinesa os fascina.
“A gente percebe que existe uma separação. O pessoal mais novo está totalmente integrado, estuda por conta própria – independente da orientação dos pais –tem vontade própria e procura uma profissão que interessa realmente a eles. Mas, quando estudam um pouco a história dos pais, dos avós, a gente sente que percebem o valor da cultura das gerações anteriores. Quando visitam a China, a gente sente que a emoção deles é grande, de ver as coisas que fazem parte da cultura dos pais e dos avós”, disse.
As contribuições da comunidade chinesa em São Paulo são inúmeras. Além dos restaurantes típicos, eles trouxeram a técnica da acupuntura, as artes marciais, o horóscopo chinês e muitas outras.
RELIGIÃO
Os chineses buscam a espiritualidade não importando-se como, e todos conseguiram manter sua sabedoria e perseverança, seguindo a grande luz de sua Cultura Nacional. Hoje, o Templo Quan Inn do Brasil continua em construção, e desejamos expressar nossa profunda gratidão a todos que beneficiaram a grande realização, os vários planejamentos e os múltiplos donativos recebidos.
O
Templo Quan Inn do Brasil é uma evidência que expressa a cultura chinesa e representa a esperança de dias melhores para todos que participam deste importante evento, bem como, para seus descendentes e toda humanidade.

Mais Informações...


Imigrantes (3ª Parte)

IMIGRANTES FRANCESES
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A França trouxe uma contribuição decisiva para a formação da imagem que a sociedade brasileira construiu de si mesma ao longo da sua história.
Os imigrantes que aqui chegaram, eram na maioria agricultores, que com a expropriação que ocorria na Europa, naquele período, viam-se obrigados a deixar sua terra natal em busca de oportunidades. Aproveitando o incentivo do governo, migraram para o Brasil, instalaram-se em colônias e desenvolveram suas modernas técnicas de produção.
A Imigração
Os primeiros imigrantes franceses chegaram ao Brasil na segunda metade do século XIX, não há registros precisos da data de chegada, dirigiram-se para a colônia de Benevides, numa área de 195 km, na região metropolitana de Belém do Pará.
Mesmo com alguma oposição a imigração européia continuou. Em 7 de julho de 1873, o governo imperial concedeu 6 léguas de terras na estrada de Bragança para concessão de lotes de terra aos imigrantes franceses.
No Brasil, a maioria da imigração envolveu uma população expropriada e empobrecida. No caso dos imigrantes franceses, as famílias tinham um bom padrão de vida, viviam da agricultura e da produção de vinho.
No sul do país, a vinda de frades franceses tem início no século XIX, quando o Bispo Don Claúdio José Gonçalves Ponce de Leão solicitou ao General dos Capuchinhos, em 30 de julho de 1893, a vinda de frades para atender as comunidades católicas formadas por imigrantes italianos e alemães recém chegados ao país. A missão que se transferiu para o sul do país era formada por professores e estudantes de Filosofia e Teologia.
A contribuição francesa
Foi o francês Amadeo Gustavo Gastal que, em 1878, introduziu no sul do Brasil a produção de pêssego. Utilizando equipamento importado, ele elaborou as primeiras compotas da fruta, em seu estabelecimento, chamado Bruyères. Os primeiros pomares surgiram nessa época. Atualmente, o Estado do Rio Grande do Sul lidera a produção nacional de pêssegos, reunindo mais de 400 famílias que se dedicam ao cultivo da fruta.
Em Rio Grande uma das mais significativas contribuições dos franceses foi a realização das obras de melhoramento da Barra e construção do porto. As operações desenvolvidas pela “Compagnie Française du Port de Rio Grande do Sul”, que tiveram início em 1908 tinha como responsável o engenheiro francês Quellenec, especialista em obras marítimas.
O consórcio para a execução das obras era formado por três grandes construtoras – Daydê & Pillé, Fougerole Frères e Groseleier – também com sede em Paris. O financiamento da Société Générale de Construction foi assegurado pelo Banque de Paris et des Pays-Bas. O projeto na época, na opinião de entendidos, só encontrava smile nas gigantescas obras de abertura do Canal do Panamá.
Em 1º de março de 1915, as 17h e 30min, o navio-escola BENJAMIN CONSTANT, da armada nacional, calando 6,35m, transpôs a barra e, as 18h e 30min atracou no cais do novo porto do Rio Grande. Foi um dia de grande júbilo para os rio-grandinos e notadamente para os dirigentes e auxiliares da C.O Francesa e da empresa construtora das grandiosas obras, que vinham, assim, confirmar o êxito de seus esforços, na grande luta travada para a abertura da barra.
Em 15 de novembro de 1915, autorizada pelo Governo Federal, a C.O Francesa inaugurou o primeiro trecho de 500 metros de cais do Novo Porto, compreendendo 3 armazéns para mercadorias, servidos por guindastes elétricos, um depósito para carvão, servido por dois transbordadores elétricos, linhas férreas, etc.
O Porto do Rio Grande é hoje o escoadouro natural das riquezas do estado e do país, e a porta de entrada dos bens e insumo necessários ao desenvolvimento. Único porto marítimo do estado, o Porto do Rio Grande é definido como o principal pólo do Corredor de Exportação do Extremo Sul.
Cultura
A França sempre foi vista como o país da cultura, da boa música, do requinte de sua culinária, do ensino de qualidade e dos hábitos e costumes refinados.
Em Rio Grande uma das mais expressivas contribuições francesas podem ser acompanhadas através da educação, quando os Irmãos Maristas chegaram a cidade, por volta de 1913 e assumiram as instalações do antigo Colégio Sagrado Coração de Jesus, hoje Colégio São Francisco, que era mantido pelos Padres Jesuítas e que havia encerrado suas atividades em 1913 com 140 alunos matriculados.
As educação Marista é uma proposta herdada do francês, São Marcelino Champagnat, cuja filosofia está voltada para a formação integral do cidadão, alicerçada nos valores da amizade, do respeito, da solidariedade e do crescimento espiritual. E como missão: fé, cultura e vida à luz do evangelho.
Culinária
A cozinha francesa é considerada a de estilo mais elegante e refinado do mundo. As técnicas francesas de cozinhar tem exercido grande influência em quase toda a culinária ocidental. Quase todas as escolas de culinária usam a cozinha francesa como base.
A cozinha francesa pode ser dividida em: Cuisine du terroir; Cuisine nouvelle e
Cozinha burguesa.
A cozinha burguesa inclui todos os partos clássicos franceses que foram adaptados ao longo dos anos, para atender ao gosto mais refinado. Inclui molhos ricos à base de creme e algumas técnicas complexas de cozinhar.
A cuisine du terroir cobre as especialidades regionais com foco forte nos produtos de qualidades locais e na tradição camponesa.
A cuisine nouvelle caracteriza-se por pratos preparados em menor tempo, menor porção, além de serem mais leves e apresentados de forma refinada e decorativa.

sábado, 14 de março de 2009

Imigrantes (2ª Parte)

Os Ingleses começaram acentuar sua influência e sua cultura no Brasil por volta de 1835 e a 1912. Entre tantas inovações que trouxeram ao nosso país a princípio foram responsáveis por inserir a moda do terno branco, o chá, a cerveja o whisky o bife com batas, o pijama de dormir, o escotismo e o futebol.
Sem contar as inúmeras palavras inglesas incorporadas à nossa língua, que se aglutinou em todos os seus setores, ganhando verbos como chutar, driblar, boicotar, boxear, esbofetear, liderar. São ingleses o craque, o turfe, o iate, o esnobe, o rum, o cheque, o alô, o pudim, o revólver, o urra.
A presença dos ingleses em todos os setores econômicos chegou a provocar, nos fins do século passado, uma certa antipatia entre os brasileiros, que de certa forma os enxergavam como "colonialistas". É dessa época uma antiga trovinha de autor anônimo, cantada pelos moleques enquanto corriam atrás dos "misters":
De qualquer forma, a influência inglesa no progresso industrial brasileiro pode ser medida pelas suas iniciativas nesse campo. No Brasil, as primeiras fundições modernas, o primeiro cabo submarino, as primeiras estradas de ferro, os primeiros telégrafos, as primeiras moendas de engenho moderno de açúcar, a primeira iluminação a gás, os primeiros barcos a vapor, as primeiras redes de esgoto foram, quase todas, obras dos ingleses.
A influência dos ingleses voltou-se principalmente para o campo dos serviços públicos - energia elétrica, transportes coletivos e ferrovias. Para se ter uma noção da importância dos ingleses na economia da Cidade, basta lembrar que, durante esse período, aqui foram instaladas agências de três bancos ingleses: o London and Brazilian Bank, o British Bank of South America e o London and River Plate Bank.
A influência dos ingleses voltou-se também:
Na alimentação:
Hot dog, hamburguer, ketchup, Coca-Cola e lanchonetes como Burguer King e Mc Donald's.
No vestuario:
Tennis, Jens, Calça legging. Marcas como All Star, Nike
No esporte:
Basketball, handball, football (origem inglesa)
Sobre a Inglaterra
Inglaterra é uma das nações constituintes do Reino Unido. Historicamente dominante, ocupa a metade sul da ilha da Grã-Bretanha, à exceção de uma área a oeste, correspondente ao País de Gales. Limita a Norte com a Escócia, a Leste com o Mar do Norte, a Sul com o Canal da Mancha e a Oeste com o Oceano Atlântico, País de Gales e Mar da Irlanda. Área: 130 439 km². População: 49 milhões de habitantes.
História da Inglaterra
Desde a Antigüidade a ilha da Grã-Bretanha é ocupada por humanos, entre eles os que construíram os monumentos de Stonehenge. A Inglaterra formou-se pela aglutinação gradual dos reinos anglos, saxões e jutos durante os séculos VII, VIII e IX.
A certa altura da história o Império Romano dominou essa ilha até a muralha de Adriano, essa dominação foi encerrada com o enfraquecimento do Império. Este se retirou deixando a interdependência para fugir dos ataques bárbaros, pelo fato de tribos germânicas estarem invadindo a Britânia. Essas tribos eram provenientes da atual Alemanha e trouxeram sua língua e seus costumes que misturados com os Britânicos deram origem a Inglaterra. Destacaram-se os Anglos, que deram nome ao país England (Eng de Anglo e land de terra), ou seja, terra dos Anglos.
Egbert de Wessex, rei do Wessex (m. 839) é em geral considerado o primeiro rei de toda a Inglaterra, se bem que o seu título oficial fosse Bretwalda (literalmente "Sobresenhor da Bretanha"), e fosse tecnicamente um "primeiro entre iguais" com os outros líderes ingleses. O título de "Rei de Inglaterra" surgiu duas gerações mais tarde com Alfredo, o Grande (governou entre 871 e 899).
Nas escolas inglesas, a história do país tende a começar com a área geográfica que viria um dia a se transformar na Inglaterra, e por isso refere-se inicialmente a Júlio César e a expedições romanas posteriores. Estes estudos da história do lugar propriamente dito, antes de ter adquirido o nome "Inglaterra", ajudam-nos a compreender o desenvolvimento posterior da Inglaterra enquanto nação.
Culinária
Rosbife: Rosbife é um corte de carne bovina (contrafilé ou lagarto) assado no forno, para posteriormente ser fatiado e usado em diferentes pratos da culinária. O Roast Beef na Europa, particularmente na Inglaterra, está associado ao prato principal do domingo. Na França é chamado de les rosbifs. Na Austrália o rosbife é o prato tradicional servido no jantar de domingo. No Brasil, também é encontrado na forma de embutido de carne bovina, normalmente é a carne usada na receita do beirute (sanduíche).
Porridge: Porridge é uma papa de flocos de aveia cozidos em água, servida com leite frio ou natas e que pode ser acompanhada com doces de fruta.Normalmente não vem temperada, pelo é aconselhado deitar um pouco de sal, misturar e depois juntar açúcar a gosto. Faz parte do tradicional pequeno-almoço (café-da-manhã) inglês e escocês.
Cravo (música)
Para a Inglaterra, o cravo teve relevância durante a Renascença para o grande grupo de compositores importantes que escreveram para ele, mas, aparentemente, muitos dos instrumentos, na época, eram importados da Itália. Os cravos construídos na Inglaterra só ganharam notoriedade no século XVIII, com o trabalho de dois fabricantes emigrantes, Jacob Kirckman (da Alsácia) e Burkat Shudi (da Suíça). Os cravos destes fabricantes, construídos para uma elite social próspera e em expansão, eram notáveis por seu tom poderoso e exótico devido às caixas de madeira compensada. O som dos cravos Kirckman e Shudi impressionaram muitos ouvintes, mas o sentimento de que eles afetavam negativamente a música, fez com que muito poucos instrumentos tenham sido fabricados segundo o seu modelo. A firma Shudi passou para o genro de Shudi, John Broadwood, que o adaptou para a fabricação de pianos e se tornou uma força criadora no desenvolvimento daquele instrumento.

domingo, 1 de março de 2009

Imigrantes (1ª Parte)

A Imigração e sua Herança Cultural
"A marca da imigração no Brasil pode ser percebida especialmente na cultura e na economia das duas mais ricas regiões brasileiras: Sudeste e Sul. A colonização foi o objetivo inicial da imigração no Brasil, visando ao povoamento e à exploração da terra por meio de atividades agrárias. A criação das colônias estimulou o trabalho rural. Deve-se aos imigrantes a implantação de novas e melhores técnicas agrícolas, como a rotação de culturas, assim como o hábito de consumir mais legumes e verduras. A influência cultural do imigrante também é notável.
História
A imigração teve início no Brasil a partir de 1530, quando começou a estabelecer-se um sistema relativamente organizado de ocupação e exploração da nova terra. A tendência acentuou-se a partir de 1534, quando o território foi dividido em capitanias hereditárias e se formaram núcleos sociais importantes em São Vicente e Pernambuco. Foi um movimento ao mesmo tempo colonizador e povoador, pois contribuiu para formar a população que se tornaria brasileira, sobretudo num processo de miscigenação que incorporou portugueses, negros e indígenas.
Imigração portuguesa
A criação do governo-geral em 1549 atraiu muitos portugueses para a Bahia. A partir de então, a migração tornou-se mais constante. O movimento de portugueses para o Brasil foi relativamente pequeno no século XVI, mas cresceu durante os cem anos seguintes e atingiu cifras expressivas no século XVIII.
Embora o Brasil fosse, no período, um domínio de Portugal, esse processo tinha, na realidade, sentido de imigração. A descoberta de minas de ouro e de diamantes em Minas Gerais foi o grande fator de atração migratória. Calcula-se que nos primeiros cinqüenta anos do século XVIII entraram só em Minas, mais de 900.000 pessoas.
No mesmo século, registra-se outro movimento migratório: o de açorianos para Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amazônia, estados em que fundaram núcleos que mais tarde se tornaram cidades prósperas. Os colonos, nos primeiros tempos, estabeleceram contato com uma população indígena em constante nomadismo.
Os portugueses, embora possuidores de conhecimentos técnicos mais avançados, tiveram que aceitar numerosos valores indígenas indispensáveis à adaptação ao novo meio.
O legado indígena tornou-se um elemento da formação do brasileiro. A nova cultura incorporou o banho de rio, o uso da mandioca na alimentação, cestos de fibras vegetais e um numeroso vocabulário nativo, principalmente tupi, associado às coisas da terra: na toponímia, nos vegetais e na fauna, por exemplo.
As populações indígenas não participaram inteiramente, porém, do processo de agricultura sedentária implantado, pois seu padrão de economia envolvia a constante mudança de um lugar para outro. Daí haver o colono recorrido à mão-de-obra africana.
Elemento africano
Surgiu assim o terceiro grupo importante que participaria da formação da população brasileira: o negro africano. É impossível precisar o número de escravos trazidos durante o período do tráfico negreiro, do século XVI ao XIX, mas admite-se que foram de cinco a seis milhões. O negro africano contribuiu para o desenvolvimento populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pela mestiçagem, parte inseparável de seu povo.
Os africanos espalharam-se por todo o território brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de café e áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas, alimentação e vestimentas.
Espanhóis, franceses, judeus
A entrada de estrangeiros no Brasil era proibida pela legislação portuguesa no período colonial, mas isso não impediu que chegassem espanhóis entre 1580 e 1640, quando as duas coroas estiveram unidas; judeus (originários, sobretudo da península ibérica), ingleses, franceses e holandeses. Esporadicamente, viajavam para o Brasil cientistas, missionários, navegantes e piratas ingleses, italianos ou alemães.
Imigração no século XIX
A imigração propriamente dita verificou-se a partir de 1808, vésperas da independência, quando instalou-se um permanente fluxo de europeus para o Brasil, que se acentuou com a fundação da colônia de Nova Friburgo, na província do Rio de Janeiro, em 1818, e a de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, em 1824.
Dois mil suíços e mil alemães radicaram-se no Brasil nessa época, incentivados pela abertura dos portos às nações amigas. Outras tentativas de assentar irlandeses e alemães, especialmente no Nordeste, fracassaram completamente. Apesar de autorizada a concessão de terras a estrangeiros, o latifúndio impedia a implantação da pequena propriedade rural e a escravidão obstaculizava o trabalho livre assalariado. Na caracterização do processo de imigração no Brasil encontram-se três períodos que correspondem respectivamente ao auge, ao declínio e à extinção da escravidão.
O primeiro período vai de 1808, quando era livre a importação de africanos, até 1850, quando decretou-se a proibição do tráfico. De 1850 a 1888, o segundo período é marcado por medidas progressivas de extinção da escravatura (Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários, alforrias e, finalmente, a Lei Áurea), em decorrência do que as correntes migratórias passaram a se dirigir para o Brasil, sobretudo para as áreas onde era menos importante o braço escravo. O terceiro período, que durou até meados do século XX, começou em 1888, quando, extinta a escravidão, o trabalho livre ganhou expressão social e a imigração cresceu notavelmente, de preferência para o Sul, mas também em São Paulo, onde até então a lavoura cafeeira se baseava no trabalho escravo.
Após a abolição, em apenas dez anos (de 1890 a 1900) entraram no Brasil mais de 1,4 milhão de imigrantes, o dobro do número de entradas nos oitenta anos anteriores (1808-1888).
Acentua-se também a diversificação por nacionalidades das correntes migratórias, fato que já ocorria nos últimos anos do período anterior. No século XX, o fluxo migratório apresentou irregularidades, em decorrência de fatores externos -- as duas guerras mundiais, a recuperação européia no pós-guerra, a crise nipônica -- e, igualmente, devido a fatores internos. No começo do século XX, por exemplo, assinalou-se em São Paulo uma saída de imigrantes, sobretudo italianos, para a Argentina. Na mesma época verifica-se o início da imigração nipônica, que alcançaria, em cinqüenta anos, grande significação. No recenseamento de 1950, os japoneses constituíam a quarta colônia no Brasil em número de imigrantes, com 10,6% dos estrangeiros recenseados.
Distribuição do imigrante
Distinguem-se dois tipos de distribuição do imigrante no país, com efeitos nos processos de assimilação. Pode-se chamar o primeiro tipo de "concentração", em que os imigrantes se localizam em colônias, como no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nesse caso, os imigrantes não mantêm contato, nos primeiros tempos, com os nacionais, mas a aproximação ocorre à medida que a colonização cresce e surge a necessidade de comercialização dos produtos da colônia. O segundo tipo, que se pode chamar de "dispersão", ocorreu nas fazendas de café de São Paulo e nas cidades, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. Nessas áreas, o imigrante, desde a chegada, mantinha-se em contato com a população nacional, o que facilitava sua assimilação.
Os principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do total. Até o fim do século XX, os portugueses aparecem como grupo dominante, com mais de trinta por cento, o que é natural, dada sua afinidade com a população brasileira. São os italianos, em seguida, o grupo que tem maior participação no processo migratório, com quase trinta por cento do total, concentrados, sobretudo no estado de São Paulo, onde se encontra a maior colônia italiana do país. Seguem-se os espanhóis, com mais de dez por cento, os alemães, com mais de cinco, e os japoneses, com quase cinco por cento do total de imigrantes.
Contribuição do imigrante
No processo de urbanização, assinala-se a contribuição do imigrante, ora com a transformação de antigos núcleos em cidades (São Leopoldo, Novo Hamburgo, Caxias, Farroupilha, Itajaí, Brusque, Joinville, Santa Felicidade etc.), ora com sua presença em atividades urbanas de comércio ou de serviços, com a venda ambulante, nas ruas, como se deu em São Paulo e no Rio de Janeiro. Outras colônias fundadas em vários pontos do Brasil ao longo do século XIX se transformaram em importantes centros urbanos. É o caso de Holambra SP, criada pelos holandeses; de Blumenau SC, estabelecida por imigrantes alemães liderados pelo médico Hermann Blumenau; e de Americana SP, originalmente formada por confederados emigrados do sul dos Estados Unidos em conseqüência da guerra de secessão. Imigrantes alemães se radicaram também em Minas Gerais, nos atuais municípios de Teófilo Otoni e Juiz de Fora, e no Espírito Santo, onde hoje é o município de Santa Teresa.
Em todas as colônias, ressalta igualmente o papel desempenhado pelo imigrante como introdutor de técnicas e atividades que se difundiram em torno das colônias. Ao imigrante devem-se ainda outras contribuições em diferentes setores da atividade brasileira. Uma das mais significativas apresenta-se no processo de industrialização dos estados da região Sul do país, onde o artesanato rural nas colônias cresceu até transformar-se em pequena ou média indústria. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, imigrantes enriquecidos contribuíram com a aplicação de capitais nos setores produtivos.
A contribuição dos portugueses merece destaque especial, pois sua presença constante assegurou a continuidade de valores que foram básicos na formação da cultura brasileira.
Os franceses influíram nas artes, literatura, educação e nos hábitos sociais, além dos jogos hoje incorporados à lúdica infantil. Especialmente em São Paulo, é grande a influência dos italianos na arquitetura. A eles também se deve uma pronunciada influência na culinária e nos costumes, estes traduzidos por uma herança na área religiosa, musical e recreativa.
Os alemães contribuíram na indústria com várias atividades e, na agricultura, trouxeram o cultivo do centeio e da alfafa. Os japoneses trouxeram a soja, bem como a cultura e o uso de legumes e verduras. Os libaneses e outros árabes divulgaram no Brasil sua rica culinária.
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