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domingo, 28 de dezembro de 2008

Livros Grátis




171 Livros de DOMÍINIO PÚBLICO...
GRÁTIS!... Vale conferir!
É só clicar no título para ler ou imprimir:


A Divina Comédia -Dante Alighieri
A Comédia dos Erros -William Shakespeare
Poemas de Fernando Pessoa -Fernando Pessoa
Dom Casmurro -Machado de Assis
Cancioneiro -Fernando Pessoa
Romeu e Julieta -William Shakespeare
A Cartomante -Machado de Assis
Mensagem -Fernando Pessoa
A Carteira -Machado de Assis
A Megera Domada -William Shakespeare
A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca -William Shakespeare
Sonho de Uma Noite de Verão -William Shakespeare
O Eu profundo e os outros Eus. -Fernando Pessoa
Dom Casmurro -Machado de Assis
Do Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
Poesias Inéditas -Fernando Pessoa
Tudo Bem Quando Termina Bem -William Shakespeare
A Carta -Pero Vaz de Caminha
A Igreja do Diabo -Machado de Assis
Macbeth -William Shakespeare
Este mundo da injustiça globalizada -José Saramago
A Tempestade -William Shakespeare
O pastor amoroso -Fernando Pessoa
A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós
Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha
O Guardador de Rebanhos -Fernando Pessoa
O Mercador de Veneza -William Shakespeare
A Esfinge sem Segredo -Oscar Wilde
Trabalhos de Amor Perdidos -William Shakespeare
Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
A Mão e a Luva -Machado de Assis
Arte Poética -Aristóteles
Conto de Inverno -William Shakespeare
Otelo, O Mouro de Veneza -William Shakespeare
Antônio e Cleópatra -William Shakespeare
Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
A Metamorfose -Franz Kafka
A Cartomante -Machado de Assis
Rei Lear -William Shakespeare
A Causa Secreta -Machado de Assis
Poemas Traduzidos -Fernando Pessoa
Muito Barulho Por Nada -William Shakespeare
Júlio César -William Shakespeare
Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
Cancioneiro -Fernando Pessoa
Catálogo de Autores Brasileiros com a Obra em Domínio Público -Fundação Biblioteca Nacional
A Ela -Machado de Assis
O Banqueiro Anarquista -Fernando Pessoa
Dom Casmurro -Machado de Assis
A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
Adão e Eva -Machado de Assis
A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo
A Chinela Turca -Machado de Assis
As Alegres Senhoras de Windsor -William Shakespeare
Poemas Selecionados -Florbela Espanca
As Vítimas-Algozes -Joaquim Manuel de Macedo
Iracema -José de Alencar
A Mão e a Luva -Machado de Assis
Ricardo III -William Shakespeare
O Alienista -Machado de Assis
Poemas Inconjuntos -Fernando Pessoa
A Volta ao Mundo em 80 Dias -Júlio Verne
A Carteira -Machado de Assis
Primeiro Fausto -Fernando Pessoa
Senhora -José de Alencar
A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
A Mensageira das Violetas -Florbela Espanca
Sonetos -Luís Vaz de Camões
Eu e Outras Poesias -Augusto dos Anjos
Fausto -Johann Wolfgang von Goethe
Iracema -José de Alencar
Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
Os Maias -José Maria Eça de Queirós
O Guarani -José de Alencar
A Mulher de Preto -Machado de Assis
A Desobediência Civil -Henry David Thoreau
A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
A Pianista -Machado de Assis
Poemas em Inglês -Fernando Pessoa
A Igreja do Diabo -Machado de Assis
A Herança -Machado de Assis
A chave -Machado de Assis
Eu -Augusto dos Anjos
As Primaveras -Casimiro de Abreu
A Desejada das Gentes -Machado de Assis
Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
Quincas Borba -Machado de Assis
A Segunda Vida -Machado de Assis
Os Sertões -Euclides da Cunha
Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
O Alienista -Machado de Assis
Don Quixote. Vol. 1 -Miguel de Cervantes Saavedra
Medida Por Medida -William Shakespeare
Os Dois Cavalheiros de Verona -William Shakespeare
A Alma do Lázaro -José de Alencar
A Vida Eterna -Machado de Assis
A Causa Secreta -Machado de Assis
14 de Julho na Roça -Raul Pompéia
Divina Comedia -Dante Alighieri
O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
Coriolano -William Shakespeare
Astúcias de Marido -Machado de Assis
Senhora -José de Alencar
Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
A 'Não-me-toques' ! -Artur Azevedo
Os Maias -José Maria Eça de Queirós
Obras Seletas -Rui Barbosa
A Mão e a Luva -Machado de Assis
Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
Aurora sem Dia -Machado de Assis
Édipo-Rei -Sófocles
O Abolicionismo -Joaquim Nabuco
Pai Contra Mãe -Machado de Assis
O Cortiço -Aluísio de Azevedo
Tito Andrônico -William Shakespeare
Adão e Eva -Machado de Assis
Os Sertões -Euclides da Cunha
Esaú e Jacó -Machado de Assis
Don Quixote -Miguel de Cervantes
Camões -Joaquim Nabuco
Antes que Cases -Machado de Assis
A melhor das noivas -Machado de Assis
Livro de Mágoas -Florbela Espanca
O Cortiço -Aluísio de Azevedo
A Relíquia -José Maria Eça de Queirós
Helena -Machado de Assis
Contos -José Maria Eça de Queirós
A Sereníssima República -Machado de Assis
Iliada -Homero
Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
A Brasileira de Prazins -Camilo Castelo Branco
Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
Sonetos e Outros Poemas -Manuel Maria de Barbosa du Bocage
Ficções do interlúdio: para além do outro oceano de Coelho Pacheco. -Fernando Pessoa
Anedota Pecuniária -Machado de Assis
A Carne -Júlio Ribeiro
O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
Don Quijote -Miguel de Cervantes
A Volta ao Mundo em Oitenta Dias -Júlio Verne
A Semana -Machado de Assis
A viúva Sobral -Machado de Assis
A Princesa de Babilônia -Voltaire
O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
Catálogo de Publicações da Biblioteca Nacional -Fundação Biblioteca Nacional
Papéis Avulsos -Machado de Assis
Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos
Cartas D'Amor -José Maria Eça de Queirós
O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
Anedota do Cabriolet -Machado de Assis
Canção do Exílio -Antônio Gonçalves Dias
A Desejada das Gentes -Machado de Assis
A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
Don Quixote. Vol. 2 -Miguel de Cervantes Saavedra
Almas Agradecidas -Machado de Assis
Cartas D'Amor - O Efêmero Feminino -José Maria Eça de Queirós
Contos Fluminenses -Machado de Assis
Odisséia -Homero
Quincas Borba -Machado de Assis
A Mulher de Preto -Machado de Assis
Balas de Estalo -Machado de Assis
A Senhora do Galvão -Machado de Assis
O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
A Inglezinha Barcelos -Machado de Assis
Capítulos de História Colonial (1500-1800) -João Capistrano de Abreu
CHARNECA EM FLOR -Florbela Espanca

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

História do Natal

Origem e o Significado do Natal:
"Natal, uma tradição cristã influenciada pelos princípios de outras manifestações da Antiguidade.
Em diversas culturas espalhadas pelo mundo, a celebração da passagem do ano ou das estações é feita com o intuito de estabelecer a renovação do mundo e o revigoramento dos valores que agregam uma determinada civilização. Semelhantemente, o Natal também incorpora esse mesmo princípio de renovação ao celebrar o nascimento de uma das figuras centrais do cristianismo, Jesus Cristo. De fato, em diversas manifestações natalinas podemos também enxergar a reafirmação desse mesmo valor.
Dessa maneira, podemos observar que os princípios natalinos se configuraram em diferentes culturas ao longo do tempo. Os mesopotâmicos, por exemplo, celebravam nessa mesma época o Zagmuk. Segundo a tradição mesopotâmica, o fim do ano era marcado pelo despertar de monstros terríveis a serem combatidos por Marduk, sua principal divindade. Durante a festividade, um homem era escolhido para ser vestido e tratado como rei, para depois ser sacrificado levando todos os pecados do povo consigo.
Nas civilizações nórdicas, o Yule – marcado para o dia 21 de dezembro – marcava o retorno do sol. Para celebrar a mudança, grandes toras de madeiras eram amontoadas para a montagem de grandes fogueiras que tinham em suas labaredas a representação de novas colheitas e rebanhos a serem consumidos no ano seguinte. Marcando o início do inverno, a celebração reafirmava uma grande esperança nas novas conquistas a serem obtidas no novo ano que se iniciava.
Na Roma Antiga, a data de 25 de dezembro marcava o início das celebrações em homenagem ao nascimento do Deus Sol, conhecido como “Natalis Solis Invcti” (O Nascimento do Sol Invencível). Nessa mesma época, entre os dias 17 e 24 de dezembro, também ocorriam as festividades da Saturnália, celebração cercada de muita comida e bebida onde as normas do mundo formal eram subvertidas com o intuito de promover a renovação dos valores por meio de festas marcadas pela inversão dos padrões vigentes.
Com a oficialização do cristianismo no interior do Império Romano, várias destas datas foram incorporadas com o propósito de alargar o número de convertidos à nova religião do Estado. Nesse processo, o dia 25 de dezembro foi instituído como a data em que se comemorara o nascimento de Jesus Cristo. Na verdade, várias analogias entre as tradições pagãs e os valores cristãos oferecem uma grande proximidade entre os significados atribuídos a Cristo e s divindades anteriormente cultuadas.
Assim como Jesus Cristo, Mitra era reconhecida como uma grande divindade mediadora espiritual para os romanos. Da mesma forma, Jesus, considerado “O Messias”, teria a mesma função de conceder a salvação espiritual a todos aqueles que acreditassem em seus ensinamentos por meio da conversão. Com isso, a absorção dos princípios e referenciais religiosos da cultura romana influenciou na ordenação das festividades e divindades do Cristianismo.
Mesmo a Bíblia não especificando o nascimento de Cristo, as autoridades cristãs fizeram a escolha desta data, que foi mais tarde reconhecida pelo Papa Julius I (337 -352). Com o processo de expansão e regulamentação das tradições do cristianismo, o feriado natalino ganhou enorme força ao seguir o próprio processo de expansão da nascente religião. Dessa maneira, o Natal conseguiu se transformar em uma das principais datas a serem comemoradas pelos cristãos de todo o mundo.
Graduado em História
Equipe Brasil Escola"
A Árvore de Natal e o Presépio:
Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.
Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.
Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram moram na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.
O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.
O Papai Noel : origem e tradição:
Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.
Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.
A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.
Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom. Porém, em 1881, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o bom velhinho com uma roupa, também de inverno, nas cores vermelha e branca (as cores do refrigerante) e com um garro vermelho com pompom branco. A campanha publicitária fez um grande sucesso e a nova imagem do Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo.

domingo, 14 de dezembro de 2008

O Uso Inteligente do Computador

"O uso inteligente do computador na educação

José Armando Valente(*)



Introdução

O que seria a utilização do computador na educação de maneira inteligente? Seria fazer aquilo que o professor faz tradicionalmente, ou seja, passar a informação para o aluno, administrar e avaliar as atividades que o aluno realiza - enfim, ser o braço direito do professor; ou seria possibilitar mudanças no sistema atual de ensino, usado pelo aluno para construir o conhecimento e, portanto, ser um recurso com o qual o aluno possa criar, pensar, manipular a informação?
A análise dessa questão nos permite entender que o uso inteligente do computador não é um atributo inerente ao mesmo, mas está vinculado à maneira de como nós concebemos a tarefa na qual ele será utilizado. Um sistema educacional mais conservador certamente deseja uma ferramenta que permite a sistematização e o controle de diversas tarefas específicas do processo atual de ensino.
Uma máquina que ensine e administre esse ensino facilita muito a atividade do professor. Sistemas computacionais com tais características já foram desenvolvidos desempenhando tarefas que contribuem muito para essa abordagem educacional e passando a ser muito valorizados pelos profissionais que compartilham dessa visão de educação. Por outro lado, os profissionais da educação que não compartilham dessa abordagem educacional certamente não necessitam de sistemas computacionais com tais características. Mesmo os sistemas de ensino mais sofisticados, com qualidades de inteligência – como a capacidade de identificar os erros cometidos pelos alunos ou indicar tarefas de acordo com o nível do aluno – não são considerados como uma forma de uso inteligente do computador na educação.
Isso significa dizer que a análise de um sistema computacional com finalidades educacionais não pode ser feita sem considerar o seu contexto pedagógico de uso. Um software só pode ser tido como bom ou ruim dependendo do contexto e do modo como ele será utilizado. Portanto, para ser capaz de qualificar um software é necessário ter muito clara a abordagem educacional a partir da qual ele será utilizado e qual o papel do computador nesse contexto. E isso implica ser capaz de refletir sobre a aprendizagem a partir de dois pólos: a promoção do ensino ou a construção do conhecimento pelo aluno.
Neste artigo será defendida a idéia de que o uso inteligente do computador na educação é justamente aquele que tenta provocar mudanças na abordagem pedagógica vigente ao invés de colaborar com o professor para tornar mais eficiente o processo de transmissão de conhecimento.

Softwares que promovem o ensino

0 termo ensino está sendo entendido segundo a origem latina da palavra (insignare), ou seja, a transmissão do conhecimento, de informação ou de esclarecimentos úteis ou indispensáveis à educação e à instrução. Nesse caso, o conhecimento gerado pela humanidade é compilado, classificada, hierarquizado de acordo com o grau de dificuldade e ministrado ao aluno a partir do nível mais fácil para o mais difícil. Essa concepção de educação é baseada no modelo empirista e assume que a retenção d­o conhecimento se dá como conseqüência da contigüidade e a freqüência á com que ele é transmitido. Se o professor se esmera na preparação e na transmissão do conhecimento ao aluno, e se o aluno realiza um bom trabalho na memorização desse conhecimento, está garantido o sucesso do ensino.
Quando o computador é usado para passar a informação ao aluno, o computador assume o papel de máquina, e a abordagem pedagógica é instrução auxiliada por computador. Geralmente os Softwares que implementam essa abordagem são os tutoriais, os softwares de exercício-e-prática de jogos. Os tutoriais enfatizam a apresentação das lições ou a explicitação da informação. No exercício-­e-prática a ênfase está no processo de ensino baseado na realização de exercício com grau de dificuldade variado. Nos jogos educacionais a abordagem pedagógica utilizada é a exploração livre e o lúdico ao invés da instrução explícita e direta (Valente, 1993aj. Esses softwares podem ser incrementados com características de inteligência como os intelligent tutorial sytems, capazes de identificar os erros mais freqüentes e ajudar os alunos a superá-los (como o sistema Buggy), auxiliar a resolução de problemas específicos (como os sistemas especialistas), ou softwares para auxiliar o professor a planejar suas aulas ou a monitorar o desempenho dos alunos (Wenger, 1987).
Os softwares que promovem o ensino existentes no mercado mostram que a tarefa do professor é passível de ser totalmente desempenhada pelo computador e, talvez, com muito mais eficiência. Primeiro, o computador tem mais facilidade para reter a informação e ministrá-la de uma maneira sistemática, meticulosa e completa. O computador jamais se esquece de um detalhe, se isso estiver especificado no seu programa. Uma dor de cabeça ou um problema familiar jamais altera a sua performance. Segundo, essa capacidade de sistematização do computador permite um acompanhamento do aluno em relação aos erros mais freqüentes em ordem de execução das tarefas. Muitas vezes o professor tem dificuldade em realizar esse acompanhamento, que pode ser feito pelo computador de uma maneira muito mais detalhada. Terceiro, os sistemas computacionais apresentam hoje diversos recursos de multimídia, como cores, animação e som, possibilitando a apresentação da informação de um modo que jamais o professor tradicional poderá fazer com giz e quadro negro, mesmo que ele use o giz colorido e seja um exímio comunicador. A vida das crianças está tão relacionada com o uso dessas mídias que é inglório tentar competir com a informática.
Se é esse o panorama, a pergunta mais natural é: por que não enveredarmos por esse caminho e disseminarmos os softwares que promovem o ensino? A questão é que essa abordagem educacional não dá conta de produzir profissionais preparados para sobreviver no mundo complexo em que vivemos. O mundo atualmente exige um profissional crítico, criativo, com capacidade de pensar, de aprender a aprender, de trabalhar com grupo e de conhecer o seu potencial intelectual, com capacidade de constante aprimoramento e depuração de idéias e ações. Certamente, essa nova atitude não é possível de ser transmitida, mas deve ser construída e desenvolvida por cada indivíduo, ou seja, deve ser fruto de um processo educacional em que o aluno vivencie situações que lhe permitam construir e desenvolver essas competências. E o computador pode ser um importante aliado nesse processo.

Softwares que auxiliam a construir o conhecimento


Como auxiliar do processo de construção do conhecimento, o computador deve ser usado como uma máquina a ser ensinada. Nesse caso, é o aluno quem deve passar as informações para o computador. Os softwares que permitem esse tipo de atividade são as linguagens de programação, como BASIC, Pascal, LOGO; os softwares denominados de aplicativos, como uma linguagem para criação de banco de dados, como Dbase ou um processador de texto; ou os softwares para construção de multimídia. Esses softwares oferecem condições para o aluno resolver problemas ou realizar tarefas como desenhar, escrever, etc. Isso significa que o aluno deve representar suas idéias para o computador, ou seja, "ensinar" o computador a resolver a tarefa em questão.
Para "ensinar" o computador a realizar uma determinada tarefa, o aluno deve utilizar conteúdos e estratégias. Por exemplo, para programar o computador usando uma linguagem de programação, o aluno realiza uma série de atividades que são de extrema importância na aquisição de novos conhecimentos (Valente, 1993b). Primeiro, a intenção com o computador através da programação requer a descrição de uma idéia com termos de uma linguagem formal e precisa. Segundo, o computador executa fielmente a descrição fornecida, e o resultado obtido é fruto somente do que foi solicitado máquina. Terceiro, o resultado obtido permite ao aluno refletir sobre o que foi solicitado ao computador. Finalmente, se o resultado não corresponde ao que era esperado, o aluno tem que depurar a idéia original através da aquisição de conteúdos ou de estratégias. A construção do conhecimento acontece pelo fato de o aluno ter que buscar novas informações para complementar ou alterar o que ele já possui. Além disso, o aluno está criando suas próprias soluções, está pensando e aprendendo sobre como buscar e usar novas informações (aprendendo a aprender).
Embora essa idéia seja mais adequada na formação de profissionais para a sociedade atual, ela tem se mostrado mais complicada na sua implantação. Primeiro, o ciclo descrever-executar-refletir-depurar-descrever não acontece simplesmente colocando o aluno frente ao computador. A interação aluno-computador precisa ser mediada por um profissional que tenha conhecimento do significado do processo de aprendizado através da construção do conhecimento, que entenda profundamente o conteúdo que está sendo trabalhado pelo aluno e que compreenda os potenciais do computador. Esses conhecimentos precisam ser utilizados pelo professor para interpretar as idéias do aluno e para intervir apropriadamente na situação de modo a contribuir no processo de construção de conhecimento por parte do aluno. Além disso, essa abordagem exige mudanças profundas do sistema educacional, como a altercação do papel atribuído ao erro (não m~is para ser punido, mas para ser depurado, a não segregado das disciplinas, a promoção da autonomia do professor e dos alunos e a flexibilização de um sistema rígido, centralizado e controlador. Enfim, transformar a escola que nós conhecemos.

Conclusões

Se o computador pode ser usado para catalisar e auxiliar na transformação da escola, mesmo diante dos desafios que essa transformação nos apresenta, essa solução, a longo prazo, é mais promissora e mais inteligente do que usar o computador para informatizar o processo de ensino.

O ensino tradicional ou a informatização do ensino tradicional são baseados na transmissão de conhecimento. Nesse caso, tanto o professor quanto o computador são proprietários do saber, e assume-se que o aluno é um recipiente que deve ser preenchido. O resultado dessa abordagem é o aluno passivo, sem capacidade crítica e com uma visão de mundo limitada. Esse aluno, quando formado, terá pouca chance de sobreviver na sociedade atual. Na verdade, tanto o ensino tradicional quanto a informatização desse ensino preparam um profissional obsoleto.
As mudanças que ocorrem nos meios de produção e de serviço indicam que os processos de apreciação do conhecimento assumirão papel de destaque, de primeiro plano (Drucker, 1993). Essa mudança implica uma alteração de postura dos profissionais em geral e, portanto, requer o repensar dos processos educacionais. Nesse caso, devemos utilizar todos os recursos disponíveis para isso, inclusive o computador, mesmo sabendo que não estamos usando os mais sofisticados sistemas computacionais. Devemos ter muito claro o que é importante do ponto de vista pedagógico e como tirar proveito da tecnologia para atingirmos tal objetivo. Isso é ser inteligente. Informatizar o ensino é solução mercadológica, moderninha, paliativa e que só contribui para adiar as grandes mudanças pelas quais o atual sistema de ensino deve passar. Isso não é solução inteligente!

(*) José Armando Valente é coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação –
NIED/UNICAMP
(Revista Pátio, Ano I, nº. 1, mai/jul 1997).


Referências Bibliográficas

Drucker, P.F. Post-Capitalisty Sotiety. New York, Harper Collins, 1993.
Valente. J.A. Diferentes Usos do Computador na Educação. In: Valente, J.A. (org.) Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação. Campinas, SP. Gráfica da UNICAMP 1993a. pp. 1-23.
___________. Por que o Computador na Educação. In: Valente, J.A (org.) Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação. Campinas, SP: Gráfica da UNICAMP I 993b. pp. 24-44.
Wenger, E. Artificial Intelligence and Tutoring System: Computationa and Cognitive Approaches to the Communication of Knowledge. Califórnia: Morgan Kaufmann Publishers,1987."

domingo, 16 de novembro de 2008

ÁGUA (4ª Parte)

Se pudéssemos olhar a Terra de cima, veríamos uma grande esfera azul: é porque o mar toma conta de quase todo o planeta.
Os oceanos compõem cerca de 70% da superfície da Terra, e os continentes ocupam o restante. Ou seja: quase 2/3 do planeta são cobertos de água.
Mas a maior parte desse montão de água é imprópria para consumo. Do total, 97% é água do mar, muito salgada para beber e para ser usada em processos industriais; 1,75% está congelada na Antártica, na região do pólo Norte e em outras geleiras; 1,243% fica escondida no interior da Terra. Sobram apenas 0,007% de água boa para ser usada. O planeta Terra possui mais água do que qualquer outra substância em sua estrutura. A camada externa da Terra é dura e rochosa e tem até 60 quilômetros de espessura. Embaixo dos oceanos essa crosta não é tão grossa, e chega a 8 quilômetros.
A água é também muito importante para a vida dos animais, pois eles dependem dela para a respiração, a digestão e a reprodução, e o mesmo acontece com o homem.
Grande parte do corpo humano é feita de água, assim como em todos os outros seres vivos: é o elemento em maior quantidade nas células e no sangue dos animais e também na seiva das plantas. Sem água, o planeta seria uma imensidão sem vida.
Você sabia que existem lençóis de água debaixo da terra? Não?
UM LENÇOL EMBAIXO DA TERRA A água que bebemos todos os dias é captada de diversas maneiras: em lençóis freáticos, fontes, mananciais, rios e lagos. Os lençóis são menos sujeitos aos efeitos da poluição, pois são reservas subterrâneas de água. Mas quando há poluição do solo, substâncias podem se infiltrar e contaminar até mesmo essas caixas d'água sob o chão.
Os lençóis não são rios subterrâneos _ como a maioria das pessoas pensa _, pois a água não corre embaixo da Terra. A água dos lençóis fica parada, armazenada entre pedras, areia e outros minerais, como calcário.
A água não ultrapassa uma certa profundidade pois encontra rochas impermeáveis. Quando a água é pressionada para a superfície, surge uma fonte natural, também chamada de poço artesiano.
Mas o consumo de água não acontece apenas quando bebemos um copo d’água ou abrimos a torneira para escovar os dentes. O homem utiliza água em muitas outras atividades: na limpeza de casas, prédios e ruas; na agricultura para regar as plantações; na indústria, para sintetizar novos produtos e misturar substâncias; e ainda em atividades de lazer, como os grandes parques aquáticos.
A água é um recurso natural renovável
A água é um recurso natural renovável. Os ciclos de chuva garantem água sempre limpa caindo do céu e suprindo as nascentes dos rios e o nível dos lagos.
A água dos mares, rios e lagos evapora e se transforma em chuva novamente. Mas o grande aumento do consumo e o desperdício ameaçam essa ordem da natureza, pondo em risco o recurso natural mais importante da Terra.
A poluição das reservas e das fontes é o grande problema para o futuro abastecimento do planeta. E a maioria das pessoas não percebe que a água, apesar de parecer existir em quantidades infinitas, não é um recurso inesgotável quando há interferência do homem na natureza.
O acúmulo de lixo junto às nascentes e a infiltração de fertilizantes minerais (fosfatos e nitratos) no subsolo contaminam as principais fontes de obtenção de água, poluindo uma riqueza que não tem preço.
Nas grandes cidades, o despejo de esgoto e detritos industriais também são uma grande ameaça. No Brasil, 80% dos esgotos não recebem nenhum tipo de tratamento, e são jogados diretamente nos rios, lagos, represas e mananciais.
Adivinhe qual o país mais rico em recursos hídricos do mundo...
A má distribuição das chuvas é um problemão. Em certos lugares chove demais, causando enchentes desastrosas, em outros chove muito pouco. A maior parte das chuvas do planeta acontece sobre os oceanos. É literalmente chover no molhado...
Nas superfícies continentais, ou seja, nas porções de terra que formam os continentes, a água normalmente é insuficiente. Pouco mais da metade da área dos continentes recebe menos de 500 mm de chuvas por ano, uma quantidade muito pequena. Isso dificulta muito o uso da água para as mais diferentes atividades: agricultura, indústria, uso doméstico, etc. Segundo cientistas da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, em 2025 cerca de 3,3 bilhões (!) de pessoas não terão acesso à água para irrigação, a atividade humana que mais usa esse precioso líquido. É um problemão a ser enfrentado em breve. Já o Brasil é um verdadeiro privilegiado nesse cenário: nosso país é o mais rico em recursos hídricos do mundo! Mas esse desequilíbrio na distribuição de água se repete: 80% das fontes de água potável ficam na região Norte, justamente a menos povoada do país.
Falta de água
Algumas soluções estão sendo estudadas para a falta de água na Terra. Tem gente até pensando em buscar água em outros planetas e astros se a escassez virar um fantasma de verdade _ se é que existe água em Marte e na Lua...
Ainda bem que a gente já pode dar um jeito nisso aqui na Terra mesmo! A primeira solução fica por conta de cada cidadão consciente, e deve ser praticada todos os dias: economizar o quanto puder. Sabe a história do beija-flor que tentava apagar o incêndio na floresta carregando um montão de água, de gotinha em gotinha, no bico? O leão tirou um barato da cara do beija-flor, achando que era perda de tempo. E o beija-flor respondeu "Estou fazendo a minha parte". É a mesma coisa: se cada um fizer a sua parte e não deixar a torneira aberta, a mangueira escorrendo enquanto lava o carro, não demorar um século no chuveiro, nem deixar vazamentos sem conserto, já é uma grande façanha! Parece pouco, mas não é. Além desse "trabalho de formiguinha", que é muito importante, especialistas em todo o mundo quebram a cabeça para resolver o problema da escassez de água. Entre as soluções estão a dessalinização, a irrigação e o uso das geleiras.
Dê uma olhada em algumas soluções para acabar com a falta d'água no planeta!
Dessalinização - É possível aproveitar as águas dos mares, se elas forem tratadas em processos de purificação. Já existem projetos de dessalinização da água do mar na Austrália, nos Estados Unidos e no Kwait.
A água obtida por esse processo não é potável, ou seja não pode ser usada para beber, mas pode ser útil para irrigação e no sistema de esgoto doméstico.
Irrigação - É um processo em que a água é normalmente captada em rios e lagos e transportada através de canos até o local da plantação. No Brasil, já se estuda essa solução para amenizar a seca no Nordeste, com a transposição das águas do rio São Francisco. A água pode ser colocada diretamente no subsolo, embaixo das plantas, ou borrifada no solo com chuveirinhos. Pode também ser despejada diretamente no chão em longos canos. A superfície total irrigada em todo o mundo ainda é pequena: cerca de 250 milhões de hectares (menos de um terço da área do Brasil). Os países que mais utilizam a irrigação são a China e a Índia, principalmente em plantações de arroz.
Existem técnicas de irrigação muito antigas, de até 5000 a.C., usadas pelos povos da Mesopotâmia. O aproveitamento das águas do rio Nilo, um dos maiores do mundo, também é muito antigo e fundamental para a região do deserto do Saara no Egito.
No entanto, menos de 20% das áreas agrícolas de todo o mundo utilizam métodos de irrigação porque é um processo muito caro.
Geleiras - É o processo mais difícil de obtenção e armazenamento de água. As geleiras são grandes massas de neve que se transformam em gelo, quando acontece a expulsão do ar que normalmente fica misturado à neve. A maioria das geleiras fica na Antártica e na Groenlândia, mas existem algumas em regiões montanhosas da Europa e do Alasca. Mesmo localizadas em regiões marítimas, as geleiras são sempre formadas por água doce.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ÁGUA (3ª Parte)

Qual é o papel da água na biosfera?

O ciclo da água é fundamental para a existência de vida na Terra, e que a água em movimento constitui o principal agente de modelado do relevo terrestre.

A água doce é um recurso natural fundamental para a atividade humana. No entanto, o uso abusivo da água está originando sérios problemas, que devem ser rapidamente enfrentados.

José está diante de um problema sério. Como vai arranjar água para sua casa nova? Ele sabe que um dos problemas mais graves dos loteamentos populares é que as autoridades públicas, muitas vezes, não instalam serviços básicos como o de água, de energia e de esgotos nessas áreas. A solução mais simples é abrir um poço, mas José está preocupado com a qualidade da água. O lençol d’água pode estar contaminado, já que alguns moradores do loteamento, por ignorância ou falta de recursos, não adotaram o sistemas de fossas para os esgotos. Muitas vezes o esgoto corre a céu aberto, em valas negras que funcionam como focos de contaminação. Essa situação se agrava quando uma chuva mais forte inunda as ruas, aumentando o risco de transmissão de doenças infectocontagiosas. José decidiu construir um sistema de fossa com sumidouro para diminuir os riscos de contaminação. Ações como a de José melhoram as condições de vida da comunidade. Pena que sejam feitas, muitas vezes, isoladamente.

A Terra é, na verdade, o planeta mais favorecido do sistema solar. Só ela tem uma temperatura à superfície que permite a existência da água nos seus três estados: sólido, líquido e gasoso. Só ela possui chuvas, rios e oceanos. Esse imenso volume de água, em perpétuo movimento, foi fundamental para a origem da vida na Terra e é essencial para a sua manutenção.

A água é a substância mais abundante da biosfera. Aproximadamente 97% dela estão em estado líquido na hidrosfera - água salgada nos oceanos e mares, água doce nos rios e lagos. A água restante está em estado sólido, nas geleiras, ou em estado gasoso, na atmosfera, como vapor. A quantidade de água na atmosfera é muito pequena, mas fundamental para a vida.

A água entra na atmosfera por dois motivos: primeiro, a evaporação, isto é, a passagem do estado líquido para o estado gasoso. Do mesmo modo que o fogo aquece a água de uma panela, o Sol transmite energia para a água dos oceanos, rios e lagos, transformando-a em vapor d’água.

O segundo motivo é a transpiração dos seres vivos, principalmente os vegetais. A evaporação e a transpiração iniciam o ciclo da água. Na atmosfera, a quantidade de vapor d’água é maior nas áreas próximas ao Equador, onde as temperaturas são mais altas e existem grandes florestas.


A água deixa a atmosfera sob a forma de precipitações ou de condensação superficial. As precipitações, como a chuva, a neve ou o granizo, ocorrem quando há condensação do vapor d’água na atmosfera. Se a temperatura do ar estiver muito baixa, isto é, inferior a zero grau Celsius no momento da condensação, pode ocorrer a solidificação da água. Assim se formam cristais de gelo pequenos, como a neve, ou mais volumosos, como o granizo.

A condensação superficial é resultante do resfriamento mais rápido da litosfera em relação à atmosfera durante a noite. Esse processo forma o orvalho. Caso a temperatura caia abaixo de zero durante a noite, o orvalho pode se solidificar formando as geadas, muito comuns durante o inverno no sul do Brasil.

As chuvas podem ocorrer próximas ao local onde se deu a evaporação, ou a milhares de quilômetros de distância. Na superfície da Terra a água está sempre em movimento, passando de um estado para outro. A água, trabalhando durante milhões de anos, foi um elemento fundamental na modelagem do relevo. Quando a água da chuva chega à superfície, pode tomar diferentes caminhos: uma parte penetra no solo, formando o lençol freático ou lençol de água, que é a água que se acumula no subsolo e abastece os poços, nascentes e mananciais. Outra parte escoa à superfície, correndo para os rios e oceanos.

Quando o solo é coberto por uma vegetação mais densa - uma floresta, por exemplo - ela protege o solo da ação direta da chuva e diminui a velocidade do escoamento superficial da água, facilitando sua penetração no lençol freático. Por isso, a cobertura vegetal é muito importante na proteção dos mananciais de água potável (isto é, que pode ser bebida) que abastecem as cidades. Nas áreas em que a vegetação foi retirada, a água da chuva atua diretamente sobre o solo, e o escoamento é mais rápido e intenso.

Em muitas cidades, a retirada da cobertura florestal que recobria a encosta dos seus morros deixou o solo diretamente exposto à ação das chuvas violentas que costumam cair no verão. Sem a cobertura vegetal, a água escoa com grande violência, formando enxurradas que provocam desmoronamentos e ocasionam graves problemas para a vida dessas cidades.

A água das chuvas que corre pelas encostas tende a se concentrar no fundo dos vales, formando os rios. Eles movimentam a água a grandes distâncias, transportando material sólido em suspensão nas suas águas. Se, por algum motivo, os rios diminuem sua velocidade de escoamento, eles perdem sua capacidade de transporte. Assim, as partículas sólidas que estavam em suspensão na água se depositam. Os rios principais e seus afluentes formam uma rede fluvial e drenam a água em uma determinada área, isto é, a área de sua bacia hidrográfica, transportando-a para os oceanos ou para os lagos, de onde sairá graças à evaporação.

A água da maioria dos rios brasileiros depende diretamente das chuvas, isto é, o volume das suas águas varia segundo as estações do ano. Quando chove muito, as águas dos rios ficam barrentas devido à grande quantidade de material sólido que estão transportando. Durante as cheias os rios transbordam, alagando as terras baixas próximas às suas margens. Quando chove pouco ou não chove, o volume das suas águas diminui - é o período da vazante.

A atmosfera e o oceano estão ligados de modo inseparável. O vento, em combinação com o calor solar e o movimento de rotação da Terra, impulsiona as correntes marinhas, deslocando imensos volumes de água que circulam dos pólos para o Equador, como correntes frias, e do Equador para os pólos, como correntes quentes.


O movimento das correntes marinhas contribui para redistribuir, por meio da hidrosfera, o calor solar que a Terra recebe desigualmente em sua superfície. As massas de ar também agem assim na atmosfera.



Em comparação com os continentes, os oceanos se aquecem mais lentamente no verão e se resfriam mais lentamente no inverno, o que faz sua temperatura variar muito menos. Os oceanos, agindo como um regulador térmico, abrandam a temperatura das áreas continentais.

Mas a importância dos oceanos não termina aí. Eles representam uma fonte importante de alimentos e reciclam, com grande eficiência, os resíduos domésticos e industriais lançados em suas águas. Eles representam ainda a via de transporte mais barata para as ligações intercontinentais. Graças ao seu ciclo, a água é um recurso natural renovável. Entretanto, embora ela seja a substância mais abundante da biosfera, seu uso deve ser avaliado cuidadosamente, para que não tenhamos problemas no futuro.

As diferentes formas de utilização da água - uso doméstico, irrigação, fonte de energia, uso industrial, via de transporte - nos obrigam a pensar no seu uso com mais cuidado. O lançamento de esgotos sem tratamento ou com tratamento deficiente em rios e mares é uma das causas da poluição das águas. O problema é agravado pelos produtos tóxicos que as indústrias lançam nos rios e zonas costeiras; muitos deles não são biodegradáveis, isto é, não são absorvidos ou transformados pelos seres vivos. Hoje já se coloca como um problema grave para o início do século XXI a possibilidade de esgotamento das reservas de água disponível para uso humano. É acertado adotar desde já medidas preventivas: proibir os despejos das indústrias poluidoras; reaproveitar o lixo, reciclando-o; construir estações de tratamento de água e esgoto; difundir campanhas educativas capazes novas mentalidades e novos comportamentos no que se refere à preservação da água.

Atenção! A água é um importante elemento de construção da paisagem. Sua presença é fundamental para a vida na Terra. A água é muito importante para a Terra. Ela se apresenta nos estados líquido, sólido e gasoso e está em constante movimentação de um estado para o outro. É o chamado ciclo da água. A água da chuva, que escoa superficialmente, tende a se concentrar no fundo dos vales, formando os rios. A água das chuvas e os rios exercem uma ação importante na modelagem do relevo. Eles desgastam, transportam e depositam o material arrancado das rochas. Como as superfícies líquidas - oceanos e mares - comportam-se diferentemente das superfícies continentais em relação à absorção dos raios solares, ocorre uma diferença de aquecimento entre terras e águas. As correntes marítimas também atuam sobre a temperatura, redistribuindo a energia solar.

A água é um recurso natural de extraordinária importância; é necessário adotar novos procedimentos capazes de preservar a quantidade e qualidade da água disponível para uso humano.

sábado, 25 de outubro de 2008

ÁGUA (2ª Parte)


Haverá mesmo falta d'água na Terra?

O ciclo hidrológico, que compreende o movimento da água em suas várias formas, mantém um fluxo permanente com o volume inalterado desde o nascimento da Terra. O homem, por sua vez, tem se apropriado dos recursos sem a preocupação de preservar os ciclos naturais. A disponibilidade da água tornou-se limitada pelo comprometimento de sua qualidade.

Vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior.

A cada ano, mais 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos da Terra, muitas pessoas, carecem do líquido para beber, satisfazer suas necessidades higiênicas e produzir alimentos. Infelizmente, quase todos os três bilhões (ou mais) de habitantes que devem ser adicionados à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem de escassez de água.

Se os governos dos países carentes de água não adotarem medidas urgentes como o desenvolvimento rural sustentável (não apenas para melhoria dos indicadores sociais; desconcentrando a geração de renda; reduzindo o êxodo rural; e econômicos; mas também na preservação do meio ambiente) para estabilizar a população e elevar a produtividade hídrica, a escassez de água em pouco tempo se transformará em falta de alimentos.

A Educação Ambiental, hoje, deve ser entendida no sentido da educação para a cidadania Assim, através da questão ambiental, devem ser trabalhados conhecimentos que possam elaborar uma nova visão de mundo capaz de direcionar ações no sentido da sustentabilidade.

A situação da água potável no Brasil é alarmante: no dia-a-dia são geradas toneladas de resíduos tóxicos, descartados sem controle, como lâmpadas, pilhas, medicamentos, inseticidas, tintas, produtos de limpeza, combustíveis, equipamentos eletrônicos, dentre outros, que muitas vezes vão parar em lixões nos arredores das grandes cidades, sem a menor preocupação com os efeitos dessa poluição nos mananciais de água, solo e atmosfera.

Na região metropolitana de São Paulo, metade da água disponível está afetada pelos lixões que não tem qualquer tratamento sanitário.

No Rio de Janeiro diminuiu-se a oferta de água para fins de uso doméstico e industrial devido à poluição crescente por esgoto urbano.

A Região Norte, que tem a maior reserva de água doce do Brasil, é a que mais contamina os recursos hídricos despejando agrotóxicos, mercúrio dos garimpos e lixo bruto nos rios.

A água de má qualidade pode ser fatal. A cada ano as doenças provocadas por ela causam três milhões de mortos no mundo, crianças na maioria, e provocam mais de um bilhão de enfermidades.

O Brasil, além dos problemas de poluição dos reservatórios naturais e dos processos desordenados de urbanização e industrialização, tem como causa da degradação da qualidade da água o desperdício provocado por escoamento defeituoso nas tubulações e o desperdício doméstico.

Em Uberlândia - MG, o Programa Escola Água Cidadã insere-se no projeto de modernização do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgoto) ao propor a renovação de conceitos sobre a disponibilidade dos recursos hídricos - que, na atualidade, são vistos como bens finitos e em acelerado processo de esgotamento - e a difusão de práticas que preconizam a preservação das bacias hidrográficas, a exemplo da destinação correta dos resíduos sólidos. Para o Programa Escola Água Cidadã, os recursos hídricos têm sido, ao longo dos anos, tratados com negligência por governos e pessoas. Só agora, com a crise batendo à porta, é que está havendo em todo o planeta um movimento em defesa de seu uso sustentável.

Dicas para evitar o desperdício doméstico:

Feche a torneira quando for escovar os dentes ou fizer a barba. Se deixá-la aberta, estará consumindo 20 litros de água a mais.

Esteja atento a vazamentos! Uma torneira pingando consome 46 litros de água por dia e, num mês, 1.380 litros! Canos furados e vazamentos em vasos sanitários também são grandes prejuízos.

Não regue as plantas nas horas quentes do dia. A água evapora antes mesmo de atingir as raízes.

Jamais use água para varrer a calçada! Saber utilizá-la com moderação é uma questão de educação.

Use balde em vez de mangueira para lavar o carro.

Use a máquina de lavar roupas com a carga máxima e evite o excesso de sabão, que aumenta o número de enxágües.

Ao esfregar as roupas, mantenha a torneira do tanque fechada e abra-a somente no enxágüe.

Deixe os talheres e pratos de molho dentro da pia antes de lavar. E não deixe a torneira aberta enquanto os ensaboa. Você estará economizando 100 litros de água!

Tente tomar banhos de 5 minutos e, se possível, feche a torneira enquanto se ensaboa. A cada minuto, mais 20 litros de água vão embora pelo ralo.

Não devemos esquecer que:
A sobrevivência da espécie humana depende da capacidade de sustentação dos recursos naturais, particularmente da água. As diversas formas de uso da água devem obedecer ao princípio de que a utilização não pode exceder a sua capacidade de renovação. A relação do homem com o meio ambiente, baseada no indesejável tripé do descomprometimento, inesgotabilidade e irresponsabilidade, poderá consumar as previsões mais catastróficas quanto à escassez dos recursos naturais, sobretudo da água, inviabilizando dentro de poucos anos, a vida na Terra. Portanto, é fundamental a substituição por uma visão fundamentada nos princípios da sustentabilidade, racionalização e responsabilidade, dentro da qual, somos parte integrante do meio ambiente e, responsáveis pela proteção e pela elevação da qualidade de vida no Planeta.

"A comunidade global tem conhecimentos para lidar com a escassez de água. O que é necessário é agir".
Agência das Nações Unidas

terça-feira, 21 de outubro de 2008

ÁGUA (1ª Parte)


PLANETA TERRA

12 de abril de 1961. O Major Yuri A. Gagarin dá a volta completa em torno da Terra em 1 hora e 40 minutos. "A Terra é azul!". A mensagem remete-nos à preeminência da água. Ela recobre ¾ da superfície do nosso planeta e constitui também ¾ do nosso organismo. Entre todos os elementos que compõem o universo, a água é talvez aquele que melhor simboliza a essência do homem, desempenhando um papel fundamental no nosso equilíbrio.
Os oceanos, rios, lagos, geleiras, calotas polares, pântanos e alagados cobrem cerca de 354.200 km² da Terra, e ocupam um volume total de 1.386 milhões de km³. Apenas 2,5% desse reservatório, porém, consiste de água doce, fundamental para a nossa sobrevivência, sendo o restante impróprio para o consumo. Além disso, 68,9% da água doce está na forma sólida, em geleiras, calotas polares e neves eternas. As águas subterrâneas e de outros reservatórios perfazem 30,8%, e a água acessível ao consumo humano, encontrada em rios, lagos e alguns reservatórios subterrâneos, somam apenas 0,3%, ou 100 mil km³. O Brasil tem 12% da concentração mundial de água doce.
Por que tal abundância de água não nos protege da sua falta?
Haverá mesmo falta d'água na Terra? O ciclo hidrológico, que compreende o movimento da água em suas várias formas, mantém um fluxo permanente com o volume inalterado desde o nascimento da Terra. O homem, por sua vez, tem se apropriado dos recursos sem a preocupação de preservar os ciclos naturais, como se a existência da água fosse uma dádiva dos céus.
A disponibilidade da água tornou-se limitada pelo comprometimento de sua qualidade. A situação é alarmante: 63% dos depósitos de lixo no país estão em rios, lagos e restingas. Na região metropolitana de São Paulo, metade da água disponível está afetada pelos lixões que não tem qualquer tratamento sanitário. No Rio de Janeiro diminuiu-se a oferta de água para fins de uso doméstico e industrial devido à poluição crescente por esgoto urbano. A Região Norte, que tem a maior reserva de água doce do Brasil, é a que mais contamina os recursos hídricos despejando agrotóxicos, mercúrio dos garimpos e lixo bruto nos rios.
Segundo dados do IBGE, de 1999, 70,9% dos brasileiros possuem residência; desse total apenas 75% dispõem de água potável e 59% de rede de esgoto; 94% dos esgotos não são tratados e 80% das doenças são causadas ou disseminadas pela falta de saneamento. A água de má qualidade pode ser fatal. A cada ano as doenças provocadas por ela causam 3 milhões de mortos no mundo, crianças na maioria, e provocam mais de 1 bilhão de enfermidades.
A população cresce. Cresce também a competição entre a demanda de água para uso doméstico e industrial e a demanda para a produção agrícola. O suprimento de água potável em algumas regiões do Brasil depende de fontes subterrâneas. As águas subterrâneas brasileiras estão estimadas em um volume de 112 mil km³. O aqüífero Guarani (ou Botucatu) é a maior reserva de água subterrânea brasileira com uma área de 1,2 milhões de km² e um volume de 48 mil km³. Com 70% dentro do território brasileiro e o restante na Argentina, Paraguai e Uruguai, o aqüífero pode oferecer, em regime auto-sustentável, 43 bilhões de m³ anuais, o suficiente para uma população de 500 milhões de habitantes. O problema é que 16% da área de recarga desse aqüífero está localizada no Estado de São Paulo, em áreas críticas quanto aos riscos de poluição.
O Brasil, além dos problemas de poluição dos reservatórios naturais e dos processos desordenados de urbanização e industrialização, tem como causa da degradação da qualidade da água o desperdício provocado por escoamento defeituoso nas tubulações e o desperdício doméstico.
Falta uma maior eficiência política dos governos que estabeleça ações públicas e privadas para um melhor gerenciamento dos recursos hídricos. Baseado nisso, o Banco Mundial adotou alguns procedimentos em nível global para melhoria do gerenciamento da água.
Eis alguns:
Incorporar as questões relacionadas com a política e o gerenciamento dos recursos hídricos nas conversações periódicas que mantém com cada país e na formulação estratégica de ajuda aos países onde as questões relacionadas com a água são significativas.
Apoiar as medidas para o uso mais eficiente da água.
Dar prioridade à proteção, melhoria e recuperação da qualidade da água e à redução da poluição das águas através de políticas "poluidor-pagador" (quem polui paga, na proporção do dano).
Apoiar os esforços governamentais para descentralizar a administração da água e encorajar a participação do setor privado, a participação das corporações públicas financeiramente autônomas e das associações comunitárias no abastecimento de água aos usuários.
Apoiar programas de treinamento para introduzir reformas nos sistemas de gerenciamento de água.
Fonte: http://www.comciencia.br/

O problema da escasez de água no mundo
_ A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. De acordo com os números apresentados pela ONU - Organização das Nações Unidas - fica claro que controlar o uso da água significa deter poder.
As diferenças registradas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está diretamente ligada às desigualdades sociais.
Em regiões onde a situação de falta d'água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, onde a média de consumo de água por pessoa é de dezenove metros cúbicos/dia, ou de dez a quinze litros/pessoa. Já em Nova York, há um consumo exagerado de água doce tratada e potável, onde um cidadão chega a gastar dois mil litros/dia.
Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico.
Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante desses dados, temos a triste constatação de que dez milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.
Vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior.
A cada ano, mais 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos da Terra. Infelizmente, quase todos os 3 bilhões (ou mais) de habitantes que devem ser adicionados à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem de escassez de água.
Já nos dias de hoje, muitas pessoas nesses países carecem do líquido para beber, satisfazer suas necessidades higiênicas e produzir alimentos.
Numa economia mundial cada vez mais integrada, a escassez de água cruza fronteiras, podendo ser citado com exemplo o comércio internacional de grãos, onde são necessárias 1.000 toneladas de água para produzir 1 tonelada de grãos, sendo a importação de grãos a maneira mais eficiente para os países com déficit hídrico importarem água.
Calcula-se a exaustão anual dos aqüíferos em 160 bilhões de metros cúbicos ou 160 bilhões de toneladas.
Tomando-se uma base empírica de mil toneladas de água para produzir 1 tonelada de grãos, esses 160 bilhões de toneladas de déficit hídrico equivalem a 160 milhões de toneladas de grãos, ou metade da colheita dos Estados Unidos.
Os lençóis freáticos estão hoje caindo nas principais regiões produtoras de alimentos:
• a planície norte da China;
• o Punjab na Índia e
• o sul das Great Plains dos Estados Unidos, que faz do país o maior exportador mundial de grãos.
A extração excessiva é um fenômeno novo, em geral restrito a última metade do século.
Só após o desenvolvimento de bombas poderosas a diesel ou elétricas, tivemos a capacidade de extrair água dos aqüíferos com uma rapidez maior do que sua recarga pela chuva.
Além do crescimento populacional, a urbanização e a industrialização também ampliam a demanda pelo produto. Conforme a população rural, tradicionalmente dependente do poço da aldeia, muda-se para prédios residenciais urbanos com água encanada, o consumo de água residencial pode facilmente triplicar.
A industrialização consome ainda mais água que a urbanização. A afluência (concentração populacional), também, gera demanda adicional, à medida que as pessoas ascendem na cadeia alimentícia e passam a consumir mais carne bovina, suína, aves, ovos e laticínios, consomem mais grãos.
Se os governos dos países carentes de água não adotarem medidas urgentes para estabilizar a população e elevar a produtividade hídrica, a escassez de água em pouco tempo se transformará em falta de alimentos.
Estes governos não podem mais separar a política populacional do abastecimento de água.
Da mesma forma que o mundo voltou-se à elevação da produtividade da terra há meio século, quando as fronteiras agrícolas desapareceram, agora também deve voltar-se à elevação da produtividade hídrica.
O primeiro passo em direção a esse objetivo é eliminar os subsídios da água que incentivam a ineficiência.
O segundo passo é aumentar o preço da água, para refletir seu custo. A mudança para tecnologias, lavouras e formas de proteína animal mais eficientes em termos de economia de água proporciona um imenso potencial para a elevação da produtividade hídrica. Estas mudanças serão mais rápidas se o preço da água for mais representativo que seu valor.
Com esta conscientização cada vez mais crescente, cada nação vem se preparando ao longo do tempo para a valorização e valoração de seus recursos naturais.
Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/

Água: Abundância e Escassez
Apesar de termos a impressão de que a água está "acabando", a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há 500 milhões de anos. O que muda é a sua distribuição, pois a água não permanece imóvel. Ela se recicla através de um processo chamado Ciclo Hidrológico, através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, neblina e neve. Depois escorrem para rios, lagos ou para o subsolo e aos poucos correm de novo para o mar mantendo o equilíbrio no sistema hidrológico do planeta.
As eventuais "perdas" de água se devem mais à poluição e à contaminação, que podem chegar a inviabilizar a reutilização, do que à redução do volume de água da Terra. A existência do Ciclo Hidrológico é uma das provas de que o gerenciamento adequado dos recursos hídricos, e não a "falta d'água", é o maior problema a ser enfrentado pela humanidade.
Dos 1.386 milhões de km³ de água presentes na Terra (mais de três quartos de sua superfície), apenas 2,5% consistem em água doce, fundamental para a sobrevivência do ser humano, sendo o restante impróprio ao consumo. Porém, águas doces, salobras e salgadas estão em constante permuta entre si através da evaporação, precipitação (chuva, neve, granizo, orvalho etc) e transporte de água por rios e correntes subterrâneas e marítimas. A figura acima ilustra esquematicamente os vários fenômenos envolvidos.
A água é transferida dos depósitos de água líquida (oceanos, mares, lagos, rios) para a atmosfera através da evaporação. A biosfera tem um papel determinante, pois retém uma parte da água, que de outra forma escoaria para os oceanos, e devolve-a à atmosfera pela transpiração. Simultaneamente, o vapor d'água atmosférico é transferido por precipitação para os reservatórios líquidos e sólidos (calotas polares, geleiras, glaciares e neves eternas). A infiltração de água no solo alimenta os depósitos do subsolo, como os aqüíferos.
O fluxo de água que evapora dos oceanos é cerca de 47.000 km³/ano maior que o fluxo que nele cai em forma de precipitação. Esse excedente indica a quantidade de água que é transferida dos oceanos para os continentes nos processos de evaporação e precipitação. A água retorna aos oceanos através do escoamento pelos leitos dos rios e pelos fluxos subterrâneos de água. O tempo de residência da água nos oceanos, definido como o quociente entre o volume total de água e a parte transferida dos oceanos para os continentes, é de cerca de 20 a 30 mil anos. Porém, toda a água que sai dos oceanos é para ele devolvida, sob a forma de precipitação ou de fluxos de água líquida. A quantidade total de água na Terra permanece constante.
Todo esse processo está integrado com o desenvolvimento da biosfera e com o fluxo de calor e luz que vem do Sol e do interior da Terra. A forma líquida da água existe graças à temperatura adequada de nosso planeta, que é mantida em parte pela radiação solar e em parte pelo calor gerado pelas substâncias radioativas nas camadas profundas do nosso planeta. A atmosfera exerce um papel fundamental na manutenção da temperatura, através do efeito estufa. A biosfera (parte da Terra em que pode existir vida. O termo foi introduzido por Suess, em 1875, para designar a natureza orgânica como um todo.) tem grande responsabilidade nesse efeito, porque a atmosfera terrestre evoluiu para a composição atual (nitrogênio, oxigênio, vapor d'água e outros gases) graças à ação dos seres vivos durante cerca de 3,5 bilhões de anos.
Também as correntes marítimas e os regimes de ventos determinam e são determinados pelo regime de temperaturas das diversas regiões terrestres. A própria rotação da Terra é fundamental na manutenção da temperatura, não só porque evita que o lado do nosso planeta voltado para o Sol fique tórrido e o outro lado fique gelado, mas também porque tem forte influência na distribuição das correntes marítimas e dos ventos.
Finalmente, todo o processo só pode ocorrer graças à ação da gravidade terrestre, que mantém a água líquida nos reservatórios e permite a precipitação. A humanidade se insere nesse ciclo não apenas consumindo água, mas também através de sua retenção em represas, da influência nos climas regionais (que altera o regime das chuvas e da evapotranspiração), da ação na vegetação (que resulta na alteração na absorção de água pelo solo e no fluxo de água na calha dos rios, bem como na quantidade de transpiração da biosfera), da irrigação de solos secos e da poluição.
Todos esses processos - evaporação, precipitações, fluxos de rios e correntes subterrâneas, regimes de ventos, correntes marinhas, rotação da Terra, radiação solar, calor do interior da Terra, gravitação e ação humana - integram-se num processo cíclico dinâmico que se estende por todo o planeta. Para que ele subsista, é necessário que haja suprimento de energia proveniente do Sol e do interior da Terra.
Dicas
No banheiro
Feche a torneira ao escovar os dentes e ao fazer a barba
Não tome banhos demorados
Mantenha a válvula de descarga do vaso sanitário sempre regulada e não use o vaso como lixeira ou cinzeiro
Conserte os vazamentos o quanto antes
Na cozinha
Antes de lavar pratos e panelas, remova bem os restos de comida e jogue-os no lixo
Mantenha a torneira fechada ao ensaboar as louças
Deixe de molho as louças com sujeira mais pesada
Só ligue a máquina da lavar louça quando estiver cheia
Na lavanderia
Não fique lavando aos poucos, deixe a roupa acumular e lave tudo de uma vez
Mantenha a torneira fechada ao ensaboar e esfregar as roupas
Deixe as roupas de molho para remover a sujeira mais pesada e utilize esta água para lavar o quintal
Só ligue a máquina de lavar roupa quando estiver cheia
No jardim, quintal e calçada
Evite lavar o carro durante a estiagem, se necessário use um balde e pano, nunca a mangueira
Não use a mangueira para limpar a calçada, use uma vassoura
Prefira o uso de regador ao da mangueira para regar as plantas
Nas torneiras
Não deixe a torneira pingando, sempre que necessário troque o "courinho". A perda por vazamento em torneiras é muito grande:
Fonte: http://www.igm.ineti.pt/

Água: Abundância e Escassez
Irrigação por canais (inundação)
Irrigação por Aspersão: O homem quanto mais sabido fica, mais tolices faz contra a natureza, alegando como principal motivo o progresso.
Dentre os recursos naturais, a água hoje é o mais ameaçado do planeta. Ameaçado pela escassez e ameaçado também na sua qualidade. As intensas e crescentes agressões ao meio ambiente vem comprometendo cada vez mas a qualidade e quantidade dos recursos hídricos disponíveis.
A Escassez
A própria expansão e o desenvolvimento das cidades provocam o esgotamento dos mananciais dos quais se abastecem, vendo-se obrigadas a buscarem outros cada vez mais distantes, o que se torna bastante caro. A escassez de água é resultado do consumo cada vez maior, do mau uso, do desmatamento, da poluição e do desperdício.
O Desperdicio
O desconhecimento e a falta de orientação das pessoas são os principais responsáveis pelo desperdício de água, o qual acontece, na maioria das vezes, dentro das próprias residências. São atos concretos de desperdício de água: deixar a torneira aberta enquanto se escova os dentes ou faz a barba; enquanto se usa o sabonete, no banho; enquanto se ensaboa a louça, ao lavá-la; lavar carro ou calçadas com mangueira; aguar o jardim quando o sol já está alto. Também é desperdício ficar em casa com uma torneira pingando ou um cano vazando água. Os problemas de vazamento no sistema público também são responsáveis por boa parcela de desperdício de água.
A Má Utilização
Uma das atividades que mais desperdiça água é a irrigação por canais e por aspersão. No primeiro método, a água é intensamente evaporada e no segundo é indiscriminadamente espalhada, não deixando também de oferecer uma parcela para a evaporação. É necessário que não só se descubra mas que, de fato, se utilizem métodos novos de irrigação para que seja realmente aproveitada cada gota disponível desse precioso líquido.
Os Desmatamentos
Nas nascentes, provoca o progressivo desaparecimento do manancial. Nas margens dos rios, riachos, lagoas e açudes, provoca sérios problemas como o assoreamentos dos corpos d’água, o carreamento de material de todo tamanho e espécie, inclusive os agrotóxicos, geralmente utilizados nas lavouras. Sem a proteção das raízes das árvores, as margens dos corpos d’água se desbarrancam, proporcionando o transbordamento e as conseqüentes e desastrosas enchentes.
A Poluição
Pode ocorrer devido a causas naturais, como as enxurradas, que trazem para os corpos d’água materiais sólidos e sais dissolvidos, e as chuvas que, "lavando a atmosfera", depositam as poeiras e gases na água.
Mas, quem mais tem contribuído para poluir as águas é o próprio homem, quando utiliza os recursos hídricos como receptor dos esgotos das cidades e dos efluentes das fábricas carregados de produtos tóxicos e metais pesados.
Agrotóxicos usados na lavoura
Também são poluentes os agrotóxicos usados nas lavouras e ainda o lixo que é jogado nas águas ou nas margens dos rios e açudes, e as esterqueiras – vacarias, currais e pocilgas – construídas nas proximidades dos corpos d’água.
Mesmo ocorrendo de forma eventual, não se pode esquecer os acidentes com cargas perigosas, que parece até procurarem a presença de um recurso hídrico, para ali acontecerem.
Fonte: http://www.cogerh.com.br/

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