glitters

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sem acento II


"O que muda com a reforma da língua portuguesa
da Folha de S.Paulo

As novas regras da língua portuguesa devem começar a ser implementadas em 2008. Mudanças incluem fim do trema e devem mudar entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro. Veja abaixo quais são as mudanças.

HÍFEN
Não se usará mais:
1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista"
2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada"
TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados
ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar:
1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)
2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo)
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")
4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo)
5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)
ALFABETO
Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"
ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem"
2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" - que se tornam "enjoo" e "voo"

ACENTO AGUDO
Não se usará mais:
1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia"
2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"
3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem
GRAFIA
No português lusitano:
1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo"
2. será eliminado o "h" de palavras como "herva" e "húmido", que serão grafadas como no Brasil -"erva" e "úmido"


Acompanhe as notícias da Folha Online em seu celular: digite: wap.folha.com.br. "

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sobre Educação

" O Educador e o seu Mundo
"Uma verdade existe sem depender de opiniões."
Autora: Anne Marie Lucille

Dizia ele que a vida lhe fora ingrata pois nunca tivera muitas chances de se afirmar como alguém bem realizado. Confessou que invejava amigos seus bem sucedidos, atribuía o sucesso deles ao amparo de suas familias, as posses dos pais, algo que jamais tivera. Agora, já maduro, questionava o objetivo da vida e via que havia uma grande injustiça deliberada para alguns em detrimento de outros. Por que os Deuses não vêem que esta injustiça existe, questionava amargurado. Fervoroso respeitador das leis religiosas com as quais se identificava, agora colocava em dúvida a validade daquilo tudo. O Respeito às leis e dogmas sempre cultuou sem desvio algum; afirmava, agora que via as recompensas não chegarem, sentia-se frustrado e de certo modo enganado. Comentou sobre alguns que isso ignoravam e mesmo assim sucesso na vida conseguiram.
É estranho o hábito inconsciente da busca do mérito para tudo o que se faz. Por que o mérito tornou-se o alvo de nossas vidas, o seu oposto, será para sempre a sombra que dará vida e solidez aos nossos conflitos. Por que a obrigação tornou-se a força motriz de nossas ações? Pode algo feito por obrigação, trazer-nos satisfação duradoura, nos dar a paz que tanto buscamos e sequer sabemos o que é?
Achamos que o verdadeiro papel daquele se propõe a educar, seria ensinar ao seu discípulo, o pensar por si mesmo, não é verdade? O pensar independente, o suscitar a dúvida, livre das instituições criadoras de obrigações, motivando o despertar da essência criativa, que é a verdadeira fonte de inteligência do ser, que começa com o questionar a validade do modelo que os costumes induzem, como base para seu comportamento, como ser social, sem direito a contestações.
A frustração do indivíduo como ser social, é diretamente proporcional a quantidade de méritos que o mesmo espera obter na vida. Esse objetivo, que na verdade não é seu, é a programação básica obrigatória instituída, já ao nascer, pelas religiões, tradições, por toda mentalidade atuante no seu meio, e que determinará todos seus anseios, vontades, medos, sua conduta pelo resto da vida. Esta indução é incondicional, inconsciente, sem atributos que suscitem rejeição ao modelo, cujos dogmas e códigos estabelecidos como verdades, interpretam a dúvida e o questionar como algo indecente, pecaminoso, fonte de culpas e pecados.
É fato que o modelo tradicional de educação de todos os povos são falhos. Não fossem, o cidadão sensato, em paz com seus anseios, livre de culpas e dogmas, cordial e delicado com seus próximos, cuja conduta em parte é resultado dessa educação, já se faria presente, mas, não é o que ocorreu, não é o que vemos hoje em nosso mundo. Um ser mesquinho, violento, tendencioso ao extremo, angustiado, depressivo, criador de todos os tipos de medos, incapaz de viver em harmonia, é o resultado dessa educação, modelo predominante no mundo. É um modelo apoiado no eterno dar para receber, criador de castigos para os alheios ao modelo, incentivador da disputa, da vaidade pessoal, da busca ao poder como meta principal. Onde existe busca ao poder, sempre haverá opressores e oprimidos, vencedores e vencidos, ricos e miseráveis, falta de respeito para com o semelhante, discriminação, superiores e inferiores, insensibilidade, apego e culto ao individualismo, alimentador do Egocentrismo órbido da espécie humana.
Sabendo-se que o modelo educacional do mundo seria falho, qual seria então o papel do preceptor verdadeiramente interessado em dar aos seus discípulos a educação correta, aquela que promovesse a chama do descontentamento no espírito humano, o despertar da sensibilidade, o despertar da inteligência como fonte real de liberdade do ser, que poderia lhe trazer a paz que tanto anseia?
O despertar da inteligência é o único e verdadeiro caminho para a conquista da paz entre os seres, da eliminação de todos os seus conflitos interiores e exteriores, da eliminação definitiva de todos os seus medos, do despertar do ser que poderá de fato promover uma mudança concreta em seu mundo, uma mudança que é movimento criativo, criando assim um caminho válido para um viver em harmonia, onde o respeito pela vida seria seu único objetivo.
Inteligência certamente não é isso que conhecemos, não é o conhecimento acumulado, não é a capacidade de formular pensamentos lógicos, não é o saber qualificado, especialista, que são apenas qualidades deformadas, mas próprias, de um ser que criou e alimenta o individualismo como entidade válida, que por sua vez é incapaz de criar estabilidade e bem estar ao mundo onde vive e morre.
Onde começa e onde termina o interesse pessoal, e o que limita o interesse pessoal do interesse do outro? Podem pessoas motivadas apenas por interesses pessoais, promoverem de fato uma mudança em si mesmos, capaz de refletir no modelo do mundo? O interesse de um é limitado pelo interesse do outro, ou esse limite é determinado pela força do mais capaz sobre o menos dotado? Poderia haver a possibilidade do interesse individual ser único entre todos os seres, ser apenas o interesse da humanidade, da paz entre todos?
Reconhecer que nossos conflitos, em casa, no trabalho, com os amigos, com nossos medos, é a causa da miséria no mundo, das guerras, da degradação dos povos, do ser brutal que somos, e que tem na educação falha um forte aliado, já seria o começo da inteligência. Esse despertar começa com o surgimento da humildade, que se transforma em atenção e depois em resultados que criarão um movimento finalmente capaz de promover uma mudança válida em nossa forma de agir e de ver o mundo.
Ao negar a compreensão do ser, com suas angústias e conflitos infinitos, como fonte de todos os problemas da humanidade, a educação, centrada apenas em formar cidadãos especialistas e ávidos de obter sucesso, condenou o ser humano à degradação, a falta de respeito mútuo, e sedimentou de vez todas as bases da mentalidade deformada que ora domina a humanidade.
O preceptor que está verdadeiramente, seriamente, preocupado com a educação, deve se concentrar no ser humano como indivíduo, e buscar procurar entender como esse indivíduo funciona psicologicamente dentro do seu meio, como interage com o mundo, o que é ele em sua essência e não apenas nos aspectos externos que demonstra quando está em sociedade. A sociedade não é o indivíduo, mas o indivíduo inserido nela é produto de suas imposições, de seus contrastes, do seu domínio. Ela criou o indivíduo que vemos em ação, não uma ação que representa o indivíduo como ser, mas, uma ação completamente deformada que retrata apenas um ser mercadoria, impessoal e mesquinho, criação desse condicionamento social que é responsável pela degradação dele mesmo.
Educar é primeiro entender a natureza essencial do ser humano, e o preceptor, interessado que está nessa educação que exige uma ação nova, que criará um movimento realmente modificador, deve tentar descobrir o que é o ser humano; não o ser humano produto do meio, mas sua essência como ser responsável por seus atos; não o ser humano resultado de seus conflitos, mas o ser que existe por trás destes conflitos.
O ser humano como existe atualmente é produto de todos os conflitos e medos que a humanidade cultivou por toda sua existência, e no fundo desse ser existem duas entidades que eternamente lutam entre si, degladiando-se para ver quem predomina. Estas entidades não estão separadas e são na verdade uma só; uma é a personificação do ser, o papel que desempenha como ser social no seu meio, produto da programação que o próprio meio lhe incutiu desde a infância e mesmo antes desta, o Ego; a outra, sua essência real, o ser humano como realmente ele é, sem máscaras, sua verdadeira natureza.
A causa do conflito entre as duas realidades, é que apenas uma é verdadeira, mas a falsa que é sua Ego-personalidade é aquela que predomina, que o caracteriza como ser que age, que sofre, que alimenta e mantém seus conflitos vivos. O ser humano, por negar justamente sua essência básica, seu eu real, criou o Ego que é aquela entidade que vive em um mundo não real, um mundo diferente da realidade das coisas. Nesse mundo artificial, onde as religiões, os padrões sociais, os dogmas, as conveniências instituídas, criaram seu próprio conceito de errado e certo, a ilusão do vir-a-ser tornou-se uma obsessão, a razão do viver.
Precisamos entender, que nós como seres humanos, somos também animais, não é verdade isso? Não podemos negar o fato de que somos animais, animais lógicos, dotados de razão, diferentes em mente daqueles irracionais, mais iguais a eles em instinto básico, e quanto a isso nada podemos fazer, gostando ou não somos animais, e todo instinto animal ainda em nós predomina. Assim, isso é um fato, e diante de fatos contestações não tem validade alguma, é imaturo e infantil, uma verdade existe sem depender de opiniões.
Desse modo, como animais, herdamos toda sua irracionalidade, caracterizada pela violência, pela insensibilidade à dor alheia, pelo egoísmo, pelo desejo de dominação dos mais fracos e tantas outras coisas. Desejando o preceptor de fato conhecer a natureza humana, único meio de realmente começar uma educação séria, deve ele estar ciente desses fatos, e se for de fato sério como educador, ardoroso em querer modificar de forma construtiva seu mundo, deve começar observando a si mesmo. Afinal, ele como ser humano é igual a todos os outros, e, se tiver amor pelo que faz, deve primeiro se observar, se conhecer. Assim, com o tempo, verá em si, a natureza de todos aqueles que se propõe a educar, e, desse modo poderá de fato eficiente ser em seus propósitos.
Ora, sendo o ser humano pela herança do animal irracional que habita em si, violento por natureza, por que então negar esse fato em detrimento de um Ego que lhe diz que isso é feio, é errado, é contra a ordem das coisas? O fato de sermos violentos e nos reconhecermos como tal, não quer dizer que vamos praticar a violência, mas negar isso, o fato de sermos violentos, isso sim constitui uma violência. Assim, está o Ego diante de um paradoxo, sabe que em essência o ser é violento e irracional, mas seu condicionamento diz que isso é errado, e imediatamente surge o conflito entre o que é, que é o fato de ser violento, e o que deveria ser, que é a não violência.
Negando o que somos, o Ego faz isso, criamos o conflito. Reconhecer nossa verdadeira natureza, que é a violência, sem condenações, sem argumentos que justifiquem tal coisa, estamos criando em nós um estado de humildade que pode ser o fato novo que precisamos para mudar. Quanto ao fato de sermos violentos, nada podemos fazer, disso só nos livraremos na morte, mas, o reconhecer isso como um fato é um ato de amor, que exige uma atenção nunca dantes praticada, e, esse perceber, por si só já é a mudança. Sabendo, depois percebendo, depois sentindo, que somos violentos e que quanto a isso nada podemos fazer, desperta no ser um estado de compaixão que transcenderá o estado de violência. Entenderá então a natureza humana, verá a insensatez da manifestação desse estado, causador de todas as desgraças da humanidade, e saberá que o estado de violência o acompanhará pelo resto da vida, é verdade, mas que jamais em si se manifestará como estado válido.
Precisamos refletir bastante sobre o novo papel do preceptor que deseja um ser humano novo, livre dos condicionamentos que criaram toda angústia e sofrimentos do mundo, que certamente conduzirão o homem ao caos e as guerras, a deformação completa da sua natureza original. "

Autora: Anne Marie Lucille
A autora é pesquisadora e escritora.
Retirado de: http://sitededicas.uol.com.br/art_educador.htm

domingo, 18 de maio de 2008

Web 2.0

"O que é (afinal) a Web 2.0?
Daniela Bertocchi*

A expressão “Web 2.0” está por todo lado. Encontramos este epíteto em notícias de jornais e revistas, programas de rádio e televisão, sites informativos e de entretenimento. Jornalistas, especialistas em tecnologia, acadêmicos do ramo da informação e comunicação, investidores em web e professores das mais diversas áreas invocam-no cada vez com mais freqüência.

Mas, afinal, o que querem dizer com Web 2.0? E mais: Por que falam tanto sobre isso?
Em primeiro lugar, é bom deixarmos claro um ponto: não há consenso sobre o que seja a Web 2.0. Na verdade, ao lermos as notícias e reportagens veiculadas pelos meios de comunicação social e também ao termos contato com os textos acadêmicos sobre o assunto, encontramos duas perspectivas distintas sobre o que seja a tal Web 2.0. A primeira ressalta-a como a fase da “idade de ouro” da Internet. A segunda, mais crítica, considera o conceito “pura estratégia de marketing empresarial”.

O discurso mais comum é sem dúvida o primeiro, aquele que ressalta o poder revolucionário da Web 2.0. A expressão, para este caso, faz alusão à época em que uma série de novos sistemas e ferramentas digitais estiveram ao alcance dos utilizadores de Internet para que estes sentissem o sabor do poder da criação e da participação online. A idéia, aqui, é basicamente a de que houve uma passagem do predomínio das grandes empresas tradicionais de software (como a Netscape ou a Microsoft) para o advento das empresas prestadoras de serviços na Internet, tipo Google e YouTube, fazendo desviar o centro de influência do computador pessoal para a rede enquanto plataforma.

As críticas com relação à Web 2.0, por outro lado, são menos freqüentes, mas nem por isso menos importantes, e permanecem centradas no argumento de que tal conceito nada mais é do que uma velha idéia repaginada para funcionar como estratégia de marketing empresarial para ganhar mais adeptos – jovens, sobretudo, que formam a grande audiência da Internet. A Web 2.0, aqui, significaria nada além de uma evolução natural da web, sem todo esse glamour que costumam conferir à expressão.

Então, com o que ficamos: revolução inesperada ou evolução natural? Ou simplesmente nem uma coisa nem outra?

O que vamos apresentar a seguir são as principais idéias daquele que criou o chavão Web 2.0 e desenvolveu uma ampla conceitualização sobre o assunto: Tim O’Reilly, dono da editora de tecnologia O’Reilly Media, Inc. As explicações do especialista evidenciam o poder mais revolucionário da Web. Vejamos o porquê em sete pontos:

1. A Web como plataforma
As relações ocorrem na Web. Um dos pilares de desenvolvimento da Web 2.0 é a emergência de uma nova geração de tecnologias e de padrões depositando menos ênfase no software como pacote licenciado e distribuído, de instalação local no computador pessoal, e mais como uma aplicação fornecedora de um serviço, mas sedeado na Web. Enquanto, anteriormente, as aplicações de software corriam localmente na máquina do utilizador, suportado por um sistema operativo de computador pessoal, no caso da Web como plataforma a panóplia de serviços de software são acedidos pela janela do browser, comunicando através da rede com os servidores remotos onde as aplicações estão alojadas.

2. O “beta” perpétuo
Tudo está em constante melhoramento. Como o serviço corre centralmente e está permanentemente em curso na própria plataforma Web e não na máquina-cliente do utilizador, a gestão, melhoramento e evolução da aplicação registra tempos de intervenção muito curtos e próximos entre si. A monitorização constante sobre a aplicação, por parte da empresa que desenvolveu a solução informática, permite o seu melhoramento continuado com base nas respostas dos utilizadores à qualidade e desempenho do serviço, permitindo incorporar essas reações para a melhoria sucessiva do produto, sugerindo que ele nunca atinja o estádio acabado, mas sempre aperfeiçoável, daí a expressão do “beta perpétuo”. O inverso ocorre com os pacotes de software proprietário e licenciado, como o sistema operativo Windows e o pacote Office, ambos da Microsoft, por exemplo, com renovação periodicamente mais espaçada (a recente versão do sistema operativo Vista espaçou em sete anos a precedente) e através de campanhas de lançamento público no mercado à escala mundial.

3. A “inteligência” coletiva
Várias cabeças pensam melhor. É a expressão fulcral de todo o conceito e aquela que representa a maneira como os serviços são atualmente implementados de modo a facilitar a participação dos utilizadores, isto é, com poucos obstáculos à utilização, e recolhendo ensinamentos da participação coletiva designado pela expressão muito cara à Web 2.0 de “arquitetura da participação”. Ao agir individualmente, mas interpretada no conjunto, as decisões de cada utilizador contribuem reciprocamente para a melhoria da aplicação ou do serviço pela monitorização constante das interações entre utilizadores, recolhendo o feedback gerado para benefício global. Isso ocorre no Google, Amazon, BitTorrent e eBay. Também se entende, neste contexto, o rápido desenvolvimento das aplicações de carácter social, como o MySpace, o Messenger MSN, ou o Second Life, por exemplo. Todos, em conjunto, partilham o fato de a qualidade do serviço oferecido melhorar com o aumento do número de intervenientes, no qual exista alguma forma de interação coletiva.

4. O “culto do amador”
Qualquer um pode produzir. Muito tem se falado do fenômeno dos conteúdos gerados pelo utilizador na dimensão em que os mesmos são donos das informações que fornecem. Existe um conjunto de serviços baseados na Web demonstrativos desse conceito: os blogs, os wikis, um conjunto de funcionalidades que permitem acrescentar mais-valias na forma de comentários ou na colocação de uma anotação que permite categorizar o conteúdo em questão, no caso do primeiro, ou a edição fácil dos conteúdos da enciclopédia colaborativa, no outro caso. Uma das maiores áreas de desenvolvimento foi a dos serviços que permitem o armazenamento e a partilha de conteúdos multimídia: casos do YouTube, para o vídeo, do Flickr, para as fotos, entre outros exemplos. Estes serviços populares assentam na idéia da Web interventiva, na qual os utilizadores não são meros consumidores mas também contribuintes ativos na produção de conteúdos Web, a uma escala massiva: literalmente, milhões de pessoas participam na publicação e partilha de diversos formatos multimídia, produzindo os seus próprios arquivos de podcast, vídeos, fotos e texto, possibilitado pela ampla dispersão da tecnologia digital de qualidade suficiente e de baixo custo nos dispositivos digitais de fotografia, vídeo, celulares (vulgo “de terceira geração”, com lente fotográfica incorporada), aos PDA’s, aos computadores portáteis, consoles, entre outros, como já referido anteriormente.

5. Tagging e Social Bookmarking
Um tag é uma forma de anotação por meio de palavras-chave adicionadas a um objeto digital de modo a descrevê-lo, constituindo um sistema de metadados sobre recursos eletrônicos, e normalmente integrando um sistema de classificação formal, sem redundância e de aplicação universal – taxonomia. Uma das primeiras utilizações em larga escala de tags em ambiente web foi observada com o serviço Del.icio.us., fundado em 2003 por Joshua Schachter e agora parte integrante do grupo Yahoo!, que permite congregar de modo simples e acessível tudo o que de interessante um utilizador encontrou enquanto navegava na web, descrever com tags esses sítios e poder partilhar a sua coleção de favoritos (bookmarking) com a comunidade. Contudo, os utilizadores do serviço utilizam um gênero de tagging apoiado em vocabulário pessoal, livre e espontâneo, para usufruto próprio, sem revelar grande preocupação com a categorização ordenada, mas antes com o intuito de atribuir um significado familiar a um dado conteúdo, em registro informal, portanto. Este conceito de folksonomy foi sendo adequado a outros serviços, como o Flickr (fotos), o YouTube (vídeos) e o Odeo (podcasts), que gradualmente prefiguraram um fenômeno de “social bookmarking”: uma variedade de artefatos digitais anotada em ambiente social pode conduzir ao mapeamento dos interesses comuns e de vocabulário similar entre utilizadores, constituindo, em última instância, uma espécie de filtro social.

6. Dados em escala massiva
A Era da Informação produz quantidades siderais de dados. As empresas Web 2.0 afirmam poderem lidar com esta situação. Estas empresas têm como negócio principal a gestão das bases de dados e das redes, e desenvolveram a capacidade de recolher e gerir os dados em escala massiva. As aplicações são cada vez mais movidas pelos dados. Um dos melhores exemplos deste sucesso é a Google, que possui uma base de dados global na ordem das centenas de petabytes. A maneira de tirar proveito desses dados está na base do sucesso de companhias como a Google, a eBay e a Amazon: em comum, desenvolveram serviços que “aprendem” com as utilizações diárias, combinando-as com milhões de outras opções protagonizadas por outros tantos utilizadores, produzindo, no final, recomendações sustentadas sobre produtos. A disponibilização dos dados para aproveitamento dos investidores permite recombiná-los de diferentes formas e proveitos, naquilo que é considerado como Open API’s – Application Programming Interfaces.

7. A Longa Cauda (“Long Tail”)
A “Longa Cauda” representa, objetivamente, um gráfico de distribuição de freqüências combinando a variável independente “freqüência” com a variável dependente “posição (ranking)”, e refere-se, sobretudo, a empresas e produtos de vanguarda que acolhem a preferência da maioria dos utilizadores, situados à cabeça, prolongando-se a cauda, depois, progressivamente em direção ao zero, sem, contudo, o tocar, com referência aos itens de menor interesse. Tal é demonstrativo que, sem impedimentos físicos (como, por exemplo, a inexistência de condições para albergar produtos), e com os benefícios do armazenamento digital (que, como se sabe, cada vez padece menos de limitações de espaço), qualquer produto terá sempre possibilidade de ser encontrado e vendido.

* Jornalista, mestre em Ciberjornalismo pela Universidade do Minho (Braga, Portugal), instituição em que ministra aulas de Jornalismo. É pesquisadora-colaboradora do Núcleo de Jornalismo, Mercado e Tecnologia, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
Obs.: Texto editado e resumido. Original: SÁ, Alberto & BERTOCCHI, Daniela. "A Web 2.0 no ano de 2006", In: Pinto, Manuel (org.), Anuário Mediascópio 2006, Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CECS/ICS), Universidade do Minho, 2007.
06/09/2007 "

sábado, 10 de maio de 2008

Sem acento I

"Como funciona a reforma ortográfica do português
por
Luís Indriunas


Em 1990, representantes dos oito países que falam português (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor Leste) decidiram simplificar a grafia e unificar as regras. A implementação, no entanto, é lenta. É preciso que os países ratifiquem as mudanças como fez o Congresso Nacional brasileiro. Em 2007, o Ministério da Educação do Brasil começou a preparar as mudanças nos livros didáticos e pretende que elas estejam totalmente implantadas em 2009. As maiores resistências à reforma até o momento vêm de Portugal, justamente o país que deve ter mudanças mais significativas. Os portugueses até agosto de 2007 não haviam ratificado o acordo.


As tentativas de unificação ortográfica dos países lusófonos são antigas, datando do início do século 20. No Brasil, já houve duas reformas ortográficas em 1943 e 1971, ou seja, um brasileiro com mais de 65 anos vai passar por três reformas. Em Portugal, a última reforma aconteceu em 1945. E muitas diferenças entre Brasil e Portugal continuaram.

Há muita gente que rechaça a unificação, dizendo que há coisas mais importantes a fazer. Quem defende argumenta que o português é, das línguas mais faladas no mundo, a única que ainda não está unificada.

Veja quais as principais mudanças na ortografia. A maioria terá impacto no Brasil:
Fim do trema
O acento é totalmente eliminado. Assim, a palavra freqüente passa a ser escrita frequente.

Eliminação de acentos em ditongos
Acaba-se o acento nos ditongos “ei” paroxítonas.
Assim, idéia vira ideia.
O acento circunflexo quando dois “os” ficam juntos também some.
Assim, vôo vira voo.

Cai o acento diferencial
Aquele acento que diferenciava palavras homônimas de significados diferentes acaba.
Assim, pára do verbo parar vai ficar apenas para.

Mudanças nos hifens
Sai a maioria dos hifens em palavras compostas.
Assim pára-quedas vira paraquedas.
Quanto houver necessidade, será dobrada a consoante.
Assim contra-regra vira contrarregra.
Será mantido o hífen em palavras compostas cuja segunda palavra começa com h como pré-história.
Em substantivos compostos cuja última letra da primeira palavra e a primeira letra da palavra são a mesma, será feita a introdução do hífen.
Assim microondas vira micro-ondas.

Inclusão de letras
As letras antes suprimidas do alfabeto português (k, y e w) voltam, mas só valem para manter as grafias de palavras estrangeiras;

Fim das letras mudas
Em Portugal, é comum a grafia de letras que não são pronunciadas como facto para falar fato.
Essas letras somem com a reforma.

Dupla acentuação
Há algumas diferenças de acentuação entre o Brasil e Portugal principalmente quando se fala do acento circunflexo e agudo.
Assim, os brasileiros escrevem econômico e os portugueses, económico.
Essa diferença foi mantida.
Artigos relacionados

Conheça alguns dos jornais dos países lusófonos para perceber as diferenças do português usado em cada um deles
Jornais portugueses
Jornal de Angola
Jornal de Moçambique
Jornal de São Tomé e Príncipe
Agência de Notícias de Guiné-Bissau
Jornal de Cabo Verde
Jornal do Timor Leste "

sábado, 3 de maio de 2008

Orkut

"UMA VERDADE SOBRE ORKUT
Professor de Informática da USP

Dêem em uma pausa e reflitam sobre a verdade do que está escrito abaixo.

O ORKUT apareceu como uma forma de contatar amigos, saber notícias de quem está distante e mandar recados. Hoje está sendo utilizado com o propósito de, creio ser o seu maior trunfo, obter informações sobre uma classe privilegiada da população brasileira.

Por que será que só no Brasil teve a repercussão que teve?

Outras culturas hesitam em participar sua vida e dados de intimidade, de forma tão irresponsável e leviana.

Por acaso você já recebeu um telefonema que informava que seus filhos estavam sendo seqüestrados?

Sua mãe idosa já foi seguida por uma quadrilha de malandros ?

Já te abordaram num barzinho, dizendo que te conheciam faz tempo?

Já foi a festas armadas para reencontrar os amigos de 30 anos atrás e não viu ninguém?

Pois é. Ta tudo lá. No ORKUT.

Com cinco minutos de navegação eu sei que você tem dois filhos, tem um namorado, estuda no colégio tal, freqüenta cinemas.

E o melhor de tudo, com uma foto na mão, identifico seu rosto em meio a multidões, na porta do seu trabalho, no meio da rua. Afinal, já sei onde você está. É só ler os seus recadinhos.

Faço um pedido:

Quem quiser se expor assim, faça-o de forma consciente e depois não lamente, nem se desespere, caso seja vítima de uma armação. Mas poupe seus filhos, poupe sua vida Íntima.

O bandido te ligou pra te extorquir dinheiro também porque você deixou.
A foto dos meninos estava lá. Teu local de trabalho tava lá.

A foto do hotel 5 estrelas na praia tava lá.

A foto da moto que está na garagem estava lá.

Realmente somos um povo muito inocente e deslumbrado.

Por enquanto, temos ouvido falar de ameaças a crianças e idosos.
Até que um dia a ameaça será fato real. Tarde demais.

Se você me entendeu, ótimo!

Reveja sua participação no ORKUT, ou ao menos suprima as fotos e imagens de seus filhos menores e parentes que não merecem passar por situações de risco que você os coloca.

Se acha que não tenho razão, deve se achar invulnerável.

Informo que pessoas muito próximas a mim e queridas já passaram por dramas gratuitos, sem perceber que tinham sido vítimas da própria imprudência.
A falta de malícia para a vida nos induz a correr riscos desnecessários.
Não só de Orkut vive a maioria dos internautas.

Temos uma infinidade de portas abertas e que por um descuido colocamos uma informação que pode nos prejudicar.

Não conhecemos a pessoa ou as pessoas que estão do outro lado da rede.

O papo pode ser muito bom, legal. Mas disponibilizar informações a nosso respeito pode se tornar perigoso ou desagradável.

Portanto, cuidado ao colocar certas informações na Internet.

PS: Passe a todos que você conhece e que utiliza o Orkut, 1Grau, Gazzag, NetQI, Blogs, Flogs, etc... para que todos tenhamos consciência sobre o assunto e possamos colaborar com a diminuição do crime.

Um abraço,
Marco André Vizzortti
Professor de Informática da USP"

Seguidores