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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ÁGUA (3ª Parte)

Qual é o papel da água na biosfera?

O ciclo da água é fundamental para a existência de vida na Terra, e que a água em movimento constitui o principal agente de modelado do relevo terrestre.

A água doce é um recurso natural fundamental para a atividade humana. No entanto, o uso abusivo da água está originando sérios problemas, que devem ser rapidamente enfrentados.

José está diante de um problema sério. Como vai arranjar água para sua casa nova? Ele sabe que um dos problemas mais graves dos loteamentos populares é que as autoridades públicas, muitas vezes, não instalam serviços básicos como o de água, de energia e de esgotos nessas áreas. A solução mais simples é abrir um poço, mas José está preocupado com a qualidade da água. O lençol d’água pode estar contaminado, já que alguns moradores do loteamento, por ignorância ou falta de recursos, não adotaram o sistemas de fossas para os esgotos. Muitas vezes o esgoto corre a céu aberto, em valas negras que funcionam como focos de contaminação. Essa situação se agrava quando uma chuva mais forte inunda as ruas, aumentando o risco de transmissão de doenças infectocontagiosas. José decidiu construir um sistema de fossa com sumidouro para diminuir os riscos de contaminação. Ações como a de José melhoram as condições de vida da comunidade. Pena que sejam feitas, muitas vezes, isoladamente.

A Terra é, na verdade, o planeta mais favorecido do sistema solar. Só ela tem uma temperatura à superfície que permite a existência da água nos seus três estados: sólido, líquido e gasoso. Só ela possui chuvas, rios e oceanos. Esse imenso volume de água, em perpétuo movimento, foi fundamental para a origem da vida na Terra e é essencial para a sua manutenção.

A água é a substância mais abundante da biosfera. Aproximadamente 97% dela estão em estado líquido na hidrosfera - água salgada nos oceanos e mares, água doce nos rios e lagos. A água restante está em estado sólido, nas geleiras, ou em estado gasoso, na atmosfera, como vapor. A quantidade de água na atmosfera é muito pequena, mas fundamental para a vida.

A água entra na atmosfera por dois motivos: primeiro, a evaporação, isto é, a passagem do estado líquido para o estado gasoso. Do mesmo modo que o fogo aquece a água de uma panela, o Sol transmite energia para a água dos oceanos, rios e lagos, transformando-a em vapor d’água.

O segundo motivo é a transpiração dos seres vivos, principalmente os vegetais. A evaporação e a transpiração iniciam o ciclo da água. Na atmosfera, a quantidade de vapor d’água é maior nas áreas próximas ao Equador, onde as temperaturas são mais altas e existem grandes florestas.


A água deixa a atmosfera sob a forma de precipitações ou de condensação superficial. As precipitações, como a chuva, a neve ou o granizo, ocorrem quando há condensação do vapor d’água na atmosfera. Se a temperatura do ar estiver muito baixa, isto é, inferior a zero grau Celsius no momento da condensação, pode ocorrer a solidificação da água. Assim se formam cristais de gelo pequenos, como a neve, ou mais volumosos, como o granizo.

A condensação superficial é resultante do resfriamento mais rápido da litosfera em relação à atmosfera durante a noite. Esse processo forma o orvalho. Caso a temperatura caia abaixo de zero durante a noite, o orvalho pode se solidificar formando as geadas, muito comuns durante o inverno no sul do Brasil.

As chuvas podem ocorrer próximas ao local onde se deu a evaporação, ou a milhares de quilômetros de distância. Na superfície da Terra a água está sempre em movimento, passando de um estado para outro. A água, trabalhando durante milhões de anos, foi um elemento fundamental na modelagem do relevo. Quando a água da chuva chega à superfície, pode tomar diferentes caminhos: uma parte penetra no solo, formando o lençol freático ou lençol de água, que é a água que se acumula no subsolo e abastece os poços, nascentes e mananciais. Outra parte escoa à superfície, correndo para os rios e oceanos.

Quando o solo é coberto por uma vegetação mais densa - uma floresta, por exemplo - ela protege o solo da ação direta da chuva e diminui a velocidade do escoamento superficial da água, facilitando sua penetração no lençol freático. Por isso, a cobertura vegetal é muito importante na proteção dos mananciais de água potável (isto é, que pode ser bebida) que abastecem as cidades. Nas áreas em que a vegetação foi retirada, a água da chuva atua diretamente sobre o solo, e o escoamento é mais rápido e intenso.

Em muitas cidades, a retirada da cobertura florestal que recobria a encosta dos seus morros deixou o solo diretamente exposto à ação das chuvas violentas que costumam cair no verão. Sem a cobertura vegetal, a água escoa com grande violência, formando enxurradas que provocam desmoronamentos e ocasionam graves problemas para a vida dessas cidades.

A água das chuvas que corre pelas encostas tende a se concentrar no fundo dos vales, formando os rios. Eles movimentam a água a grandes distâncias, transportando material sólido em suspensão nas suas águas. Se, por algum motivo, os rios diminuem sua velocidade de escoamento, eles perdem sua capacidade de transporte. Assim, as partículas sólidas que estavam em suspensão na água se depositam. Os rios principais e seus afluentes formam uma rede fluvial e drenam a água em uma determinada área, isto é, a área de sua bacia hidrográfica, transportando-a para os oceanos ou para os lagos, de onde sairá graças à evaporação.

A água da maioria dos rios brasileiros depende diretamente das chuvas, isto é, o volume das suas águas varia segundo as estações do ano. Quando chove muito, as águas dos rios ficam barrentas devido à grande quantidade de material sólido que estão transportando. Durante as cheias os rios transbordam, alagando as terras baixas próximas às suas margens. Quando chove pouco ou não chove, o volume das suas águas diminui - é o período da vazante.

A atmosfera e o oceano estão ligados de modo inseparável. O vento, em combinação com o calor solar e o movimento de rotação da Terra, impulsiona as correntes marinhas, deslocando imensos volumes de água que circulam dos pólos para o Equador, como correntes frias, e do Equador para os pólos, como correntes quentes.


O movimento das correntes marinhas contribui para redistribuir, por meio da hidrosfera, o calor solar que a Terra recebe desigualmente em sua superfície. As massas de ar também agem assim na atmosfera.



Em comparação com os continentes, os oceanos se aquecem mais lentamente no verão e se resfriam mais lentamente no inverno, o que faz sua temperatura variar muito menos. Os oceanos, agindo como um regulador térmico, abrandam a temperatura das áreas continentais.

Mas a importância dos oceanos não termina aí. Eles representam uma fonte importante de alimentos e reciclam, com grande eficiência, os resíduos domésticos e industriais lançados em suas águas. Eles representam ainda a via de transporte mais barata para as ligações intercontinentais. Graças ao seu ciclo, a água é um recurso natural renovável. Entretanto, embora ela seja a substância mais abundante da biosfera, seu uso deve ser avaliado cuidadosamente, para que não tenhamos problemas no futuro.

As diferentes formas de utilização da água - uso doméstico, irrigação, fonte de energia, uso industrial, via de transporte - nos obrigam a pensar no seu uso com mais cuidado. O lançamento de esgotos sem tratamento ou com tratamento deficiente em rios e mares é uma das causas da poluição das águas. O problema é agravado pelos produtos tóxicos que as indústrias lançam nos rios e zonas costeiras; muitos deles não são biodegradáveis, isto é, não são absorvidos ou transformados pelos seres vivos. Hoje já se coloca como um problema grave para o início do século XXI a possibilidade de esgotamento das reservas de água disponível para uso humano. É acertado adotar desde já medidas preventivas: proibir os despejos das indústrias poluidoras; reaproveitar o lixo, reciclando-o; construir estações de tratamento de água e esgoto; difundir campanhas educativas capazes novas mentalidades e novos comportamentos no que se refere à preservação da água.

Atenção! A água é um importante elemento de construção da paisagem. Sua presença é fundamental para a vida na Terra. A água é muito importante para a Terra. Ela se apresenta nos estados líquido, sólido e gasoso e está em constante movimentação de um estado para o outro. É o chamado ciclo da água. A água da chuva, que escoa superficialmente, tende a se concentrar no fundo dos vales, formando os rios. A água das chuvas e os rios exercem uma ação importante na modelagem do relevo. Eles desgastam, transportam e depositam o material arrancado das rochas. Como as superfícies líquidas - oceanos e mares - comportam-se diferentemente das superfícies continentais em relação à absorção dos raios solares, ocorre uma diferença de aquecimento entre terras e águas. As correntes marítimas também atuam sobre a temperatura, redistribuindo a energia solar.

A água é um recurso natural de extraordinária importância; é necessário adotar novos procedimentos capazes de preservar a quantidade e qualidade da água disponível para uso humano.

sábado, 25 de outubro de 2008

ÁGUA (2ª Parte)


Haverá mesmo falta d'água na Terra?

O ciclo hidrológico, que compreende o movimento da água em suas várias formas, mantém um fluxo permanente com o volume inalterado desde o nascimento da Terra. O homem, por sua vez, tem se apropriado dos recursos sem a preocupação de preservar os ciclos naturais. A disponibilidade da água tornou-se limitada pelo comprometimento de sua qualidade.

Vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior.

A cada ano, mais 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos da Terra, muitas pessoas, carecem do líquido para beber, satisfazer suas necessidades higiênicas e produzir alimentos. Infelizmente, quase todos os três bilhões (ou mais) de habitantes que devem ser adicionados à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem de escassez de água.

Se os governos dos países carentes de água não adotarem medidas urgentes como o desenvolvimento rural sustentável (não apenas para melhoria dos indicadores sociais; desconcentrando a geração de renda; reduzindo o êxodo rural; e econômicos; mas também na preservação do meio ambiente) para estabilizar a população e elevar a produtividade hídrica, a escassez de água em pouco tempo se transformará em falta de alimentos.

A Educação Ambiental, hoje, deve ser entendida no sentido da educação para a cidadania Assim, através da questão ambiental, devem ser trabalhados conhecimentos que possam elaborar uma nova visão de mundo capaz de direcionar ações no sentido da sustentabilidade.

A situação da água potável no Brasil é alarmante: no dia-a-dia são geradas toneladas de resíduos tóxicos, descartados sem controle, como lâmpadas, pilhas, medicamentos, inseticidas, tintas, produtos de limpeza, combustíveis, equipamentos eletrônicos, dentre outros, que muitas vezes vão parar em lixões nos arredores das grandes cidades, sem a menor preocupação com os efeitos dessa poluição nos mananciais de água, solo e atmosfera.

Na região metropolitana de São Paulo, metade da água disponível está afetada pelos lixões que não tem qualquer tratamento sanitário.

No Rio de Janeiro diminuiu-se a oferta de água para fins de uso doméstico e industrial devido à poluição crescente por esgoto urbano.

A Região Norte, que tem a maior reserva de água doce do Brasil, é a que mais contamina os recursos hídricos despejando agrotóxicos, mercúrio dos garimpos e lixo bruto nos rios.

A água de má qualidade pode ser fatal. A cada ano as doenças provocadas por ela causam três milhões de mortos no mundo, crianças na maioria, e provocam mais de um bilhão de enfermidades.

O Brasil, além dos problemas de poluição dos reservatórios naturais e dos processos desordenados de urbanização e industrialização, tem como causa da degradação da qualidade da água o desperdício provocado por escoamento defeituoso nas tubulações e o desperdício doméstico.

Em Uberlândia - MG, o Programa Escola Água Cidadã insere-se no projeto de modernização do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgoto) ao propor a renovação de conceitos sobre a disponibilidade dos recursos hídricos - que, na atualidade, são vistos como bens finitos e em acelerado processo de esgotamento - e a difusão de práticas que preconizam a preservação das bacias hidrográficas, a exemplo da destinação correta dos resíduos sólidos. Para o Programa Escola Água Cidadã, os recursos hídricos têm sido, ao longo dos anos, tratados com negligência por governos e pessoas. Só agora, com a crise batendo à porta, é que está havendo em todo o planeta um movimento em defesa de seu uso sustentável.

Dicas para evitar o desperdício doméstico:

Feche a torneira quando for escovar os dentes ou fizer a barba. Se deixá-la aberta, estará consumindo 20 litros de água a mais.

Esteja atento a vazamentos! Uma torneira pingando consome 46 litros de água por dia e, num mês, 1.380 litros! Canos furados e vazamentos em vasos sanitários também são grandes prejuízos.

Não regue as plantas nas horas quentes do dia. A água evapora antes mesmo de atingir as raízes.

Jamais use água para varrer a calçada! Saber utilizá-la com moderação é uma questão de educação.

Use balde em vez de mangueira para lavar o carro.

Use a máquina de lavar roupas com a carga máxima e evite o excesso de sabão, que aumenta o número de enxágües.

Ao esfregar as roupas, mantenha a torneira do tanque fechada e abra-a somente no enxágüe.

Deixe os talheres e pratos de molho dentro da pia antes de lavar. E não deixe a torneira aberta enquanto os ensaboa. Você estará economizando 100 litros de água!

Tente tomar banhos de 5 minutos e, se possível, feche a torneira enquanto se ensaboa. A cada minuto, mais 20 litros de água vão embora pelo ralo.

Não devemos esquecer que:
A sobrevivência da espécie humana depende da capacidade de sustentação dos recursos naturais, particularmente da água. As diversas formas de uso da água devem obedecer ao princípio de que a utilização não pode exceder a sua capacidade de renovação. A relação do homem com o meio ambiente, baseada no indesejável tripé do descomprometimento, inesgotabilidade e irresponsabilidade, poderá consumar as previsões mais catastróficas quanto à escassez dos recursos naturais, sobretudo da água, inviabilizando dentro de poucos anos, a vida na Terra. Portanto, é fundamental a substituição por uma visão fundamentada nos princípios da sustentabilidade, racionalização e responsabilidade, dentro da qual, somos parte integrante do meio ambiente e, responsáveis pela proteção e pela elevação da qualidade de vida no Planeta.

"A comunidade global tem conhecimentos para lidar com a escassez de água. O que é necessário é agir".
Agência das Nações Unidas

terça-feira, 21 de outubro de 2008

ÁGUA (1ª Parte)


PLANETA TERRA

12 de abril de 1961. O Major Yuri A. Gagarin dá a volta completa em torno da Terra em 1 hora e 40 minutos. "A Terra é azul!". A mensagem remete-nos à preeminência da água. Ela recobre ¾ da superfície do nosso planeta e constitui também ¾ do nosso organismo. Entre todos os elementos que compõem o universo, a água é talvez aquele que melhor simboliza a essência do homem, desempenhando um papel fundamental no nosso equilíbrio.
Os oceanos, rios, lagos, geleiras, calotas polares, pântanos e alagados cobrem cerca de 354.200 km² da Terra, e ocupam um volume total de 1.386 milhões de km³. Apenas 2,5% desse reservatório, porém, consiste de água doce, fundamental para a nossa sobrevivência, sendo o restante impróprio para o consumo. Além disso, 68,9% da água doce está na forma sólida, em geleiras, calotas polares e neves eternas. As águas subterrâneas e de outros reservatórios perfazem 30,8%, e a água acessível ao consumo humano, encontrada em rios, lagos e alguns reservatórios subterrâneos, somam apenas 0,3%, ou 100 mil km³. O Brasil tem 12% da concentração mundial de água doce.
Por que tal abundância de água não nos protege da sua falta?
Haverá mesmo falta d'água na Terra? O ciclo hidrológico, que compreende o movimento da água em suas várias formas, mantém um fluxo permanente com o volume inalterado desde o nascimento da Terra. O homem, por sua vez, tem se apropriado dos recursos sem a preocupação de preservar os ciclos naturais, como se a existência da água fosse uma dádiva dos céus.
A disponibilidade da água tornou-se limitada pelo comprometimento de sua qualidade. A situação é alarmante: 63% dos depósitos de lixo no país estão em rios, lagos e restingas. Na região metropolitana de São Paulo, metade da água disponível está afetada pelos lixões que não tem qualquer tratamento sanitário. No Rio de Janeiro diminuiu-se a oferta de água para fins de uso doméstico e industrial devido à poluição crescente por esgoto urbano. A Região Norte, que tem a maior reserva de água doce do Brasil, é a que mais contamina os recursos hídricos despejando agrotóxicos, mercúrio dos garimpos e lixo bruto nos rios.
Segundo dados do IBGE, de 1999, 70,9% dos brasileiros possuem residência; desse total apenas 75% dispõem de água potável e 59% de rede de esgoto; 94% dos esgotos não são tratados e 80% das doenças são causadas ou disseminadas pela falta de saneamento. A água de má qualidade pode ser fatal. A cada ano as doenças provocadas por ela causam 3 milhões de mortos no mundo, crianças na maioria, e provocam mais de 1 bilhão de enfermidades.
A população cresce. Cresce também a competição entre a demanda de água para uso doméstico e industrial e a demanda para a produção agrícola. O suprimento de água potável em algumas regiões do Brasil depende de fontes subterrâneas. As águas subterrâneas brasileiras estão estimadas em um volume de 112 mil km³. O aqüífero Guarani (ou Botucatu) é a maior reserva de água subterrânea brasileira com uma área de 1,2 milhões de km² e um volume de 48 mil km³. Com 70% dentro do território brasileiro e o restante na Argentina, Paraguai e Uruguai, o aqüífero pode oferecer, em regime auto-sustentável, 43 bilhões de m³ anuais, o suficiente para uma população de 500 milhões de habitantes. O problema é que 16% da área de recarga desse aqüífero está localizada no Estado de São Paulo, em áreas críticas quanto aos riscos de poluição.
O Brasil, além dos problemas de poluição dos reservatórios naturais e dos processos desordenados de urbanização e industrialização, tem como causa da degradação da qualidade da água o desperdício provocado por escoamento defeituoso nas tubulações e o desperdício doméstico.
Falta uma maior eficiência política dos governos que estabeleça ações públicas e privadas para um melhor gerenciamento dos recursos hídricos. Baseado nisso, o Banco Mundial adotou alguns procedimentos em nível global para melhoria do gerenciamento da água.
Eis alguns:
Incorporar as questões relacionadas com a política e o gerenciamento dos recursos hídricos nas conversações periódicas que mantém com cada país e na formulação estratégica de ajuda aos países onde as questões relacionadas com a água são significativas.
Apoiar as medidas para o uso mais eficiente da água.
Dar prioridade à proteção, melhoria e recuperação da qualidade da água e à redução da poluição das águas através de políticas "poluidor-pagador" (quem polui paga, na proporção do dano).
Apoiar os esforços governamentais para descentralizar a administração da água e encorajar a participação do setor privado, a participação das corporações públicas financeiramente autônomas e das associações comunitárias no abastecimento de água aos usuários.
Apoiar programas de treinamento para introduzir reformas nos sistemas de gerenciamento de água.
Fonte: http://www.comciencia.br/

O problema da escasez de água no mundo
_ A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. De acordo com os números apresentados pela ONU - Organização das Nações Unidas - fica claro que controlar o uso da água significa deter poder.
As diferenças registradas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está diretamente ligada às desigualdades sociais.
Em regiões onde a situação de falta d'água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, onde a média de consumo de água por pessoa é de dezenove metros cúbicos/dia, ou de dez a quinze litros/pessoa. Já em Nova York, há um consumo exagerado de água doce tratada e potável, onde um cidadão chega a gastar dois mil litros/dia.
Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico.
Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante desses dados, temos a triste constatação de que dez milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.
Vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior.
A cada ano, mais 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos da Terra. Infelizmente, quase todos os 3 bilhões (ou mais) de habitantes que devem ser adicionados à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem de escassez de água.
Já nos dias de hoje, muitas pessoas nesses países carecem do líquido para beber, satisfazer suas necessidades higiênicas e produzir alimentos.
Numa economia mundial cada vez mais integrada, a escassez de água cruza fronteiras, podendo ser citado com exemplo o comércio internacional de grãos, onde são necessárias 1.000 toneladas de água para produzir 1 tonelada de grãos, sendo a importação de grãos a maneira mais eficiente para os países com déficit hídrico importarem água.
Calcula-se a exaustão anual dos aqüíferos em 160 bilhões de metros cúbicos ou 160 bilhões de toneladas.
Tomando-se uma base empírica de mil toneladas de água para produzir 1 tonelada de grãos, esses 160 bilhões de toneladas de déficit hídrico equivalem a 160 milhões de toneladas de grãos, ou metade da colheita dos Estados Unidos.
Os lençóis freáticos estão hoje caindo nas principais regiões produtoras de alimentos:
• a planície norte da China;
• o Punjab na Índia e
• o sul das Great Plains dos Estados Unidos, que faz do país o maior exportador mundial de grãos.
A extração excessiva é um fenômeno novo, em geral restrito a última metade do século.
Só após o desenvolvimento de bombas poderosas a diesel ou elétricas, tivemos a capacidade de extrair água dos aqüíferos com uma rapidez maior do que sua recarga pela chuva.
Além do crescimento populacional, a urbanização e a industrialização também ampliam a demanda pelo produto. Conforme a população rural, tradicionalmente dependente do poço da aldeia, muda-se para prédios residenciais urbanos com água encanada, o consumo de água residencial pode facilmente triplicar.
A industrialização consome ainda mais água que a urbanização. A afluência (concentração populacional), também, gera demanda adicional, à medida que as pessoas ascendem na cadeia alimentícia e passam a consumir mais carne bovina, suína, aves, ovos e laticínios, consomem mais grãos.
Se os governos dos países carentes de água não adotarem medidas urgentes para estabilizar a população e elevar a produtividade hídrica, a escassez de água em pouco tempo se transformará em falta de alimentos.
Estes governos não podem mais separar a política populacional do abastecimento de água.
Da mesma forma que o mundo voltou-se à elevação da produtividade da terra há meio século, quando as fronteiras agrícolas desapareceram, agora também deve voltar-se à elevação da produtividade hídrica.
O primeiro passo em direção a esse objetivo é eliminar os subsídios da água que incentivam a ineficiência.
O segundo passo é aumentar o preço da água, para refletir seu custo. A mudança para tecnologias, lavouras e formas de proteína animal mais eficientes em termos de economia de água proporciona um imenso potencial para a elevação da produtividade hídrica. Estas mudanças serão mais rápidas se o preço da água for mais representativo que seu valor.
Com esta conscientização cada vez mais crescente, cada nação vem se preparando ao longo do tempo para a valorização e valoração de seus recursos naturais.
Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/

Água: Abundância e Escassez
Apesar de termos a impressão de que a água está "acabando", a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há 500 milhões de anos. O que muda é a sua distribuição, pois a água não permanece imóvel. Ela se recicla através de um processo chamado Ciclo Hidrológico, através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, neblina e neve. Depois escorrem para rios, lagos ou para o subsolo e aos poucos correm de novo para o mar mantendo o equilíbrio no sistema hidrológico do planeta.
As eventuais "perdas" de água se devem mais à poluição e à contaminação, que podem chegar a inviabilizar a reutilização, do que à redução do volume de água da Terra. A existência do Ciclo Hidrológico é uma das provas de que o gerenciamento adequado dos recursos hídricos, e não a "falta d'água", é o maior problema a ser enfrentado pela humanidade.
Dos 1.386 milhões de km³ de água presentes na Terra (mais de três quartos de sua superfície), apenas 2,5% consistem em água doce, fundamental para a sobrevivência do ser humano, sendo o restante impróprio ao consumo. Porém, águas doces, salobras e salgadas estão em constante permuta entre si através da evaporação, precipitação (chuva, neve, granizo, orvalho etc) e transporte de água por rios e correntes subterrâneas e marítimas. A figura acima ilustra esquematicamente os vários fenômenos envolvidos.
A água é transferida dos depósitos de água líquida (oceanos, mares, lagos, rios) para a atmosfera através da evaporação. A biosfera tem um papel determinante, pois retém uma parte da água, que de outra forma escoaria para os oceanos, e devolve-a à atmosfera pela transpiração. Simultaneamente, o vapor d'água atmosférico é transferido por precipitação para os reservatórios líquidos e sólidos (calotas polares, geleiras, glaciares e neves eternas). A infiltração de água no solo alimenta os depósitos do subsolo, como os aqüíferos.
O fluxo de água que evapora dos oceanos é cerca de 47.000 km³/ano maior que o fluxo que nele cai em forma de precipitação. Esse excedente indica a quantidade de água que é transferida dos oceanos para os continentes nos processos de evaporação e precipitação. A água retorna aos oceanos através do escoamento pelos leitos dos rios e pelos fluxos subterrâneos de água. O tempo de residência da água nos oceanos, definido como o quociente entre o volume total de água e a parte transferida dos oceanos para os continentes, é de cerca de 20 a 30 mil anos. Porém, toda a água que sai dos oceanos é para ele devolvida, sob a forma de precipitação ou de fluxos de água líquida. A quantidade total de água na Terra permanece constante.
Todo esse processo está integrado com o desenvolvimento da biosfera e com o fluxo de calor e luz que vem do Sol e do interior da Terra. A forma líquida da água existe graças à temperatura adequada de nosso planeta, que é mantida em parte pela radiação solar e em parte pelo calor gerado pelas substâncias radioativas nas camadas profundas do nosso planeta. A atmosfera exerce um papel fundamental na manutenção da temperatura, através do efeito estufa. A biosfera (parte da Terra em que pode existir vida. O termo foi introduzido por Suess, em 1875, para designar a natureza orgânica como um todo.) tem grande responsabilidade nesse efeito, porque a atmosfera terrestre evoluiu para a composição atual (nitrogênio, oxigênio, vapor d'água e outros gases) graças à ação dos seres vivos durante cerca de 3,5 bilhões de anos.
Também as correntes marítimas e os regimes de ventos determinam e são determinados pelo regime de temperaturas das diversas regiões terrestres. A própria rotação da Terra é fundamental na manutenção da temperatura, não só porque evita que o lado do nosso planeta voltado para o Sol fique tórrido e o outro lado fique gelado, mas também porque tem forte influência na distribuição das correntes marítimas e dos ventos.
Finalmente, todo o processo só pode ocorrer graças à ação da gravidade terrestre, que mantém a água líquida nos reservatórios e permite a precipitação. A humanidade se insere nesse ciclo não apenas consumindo água, mas também através de sua retenção em represas, da influência nos climas regionais (que altera o regime das chuvas e da evapotranspiração), da ação na vegetação (que resulta na alteração na absorção de água pelo solo e no fluxo de água na calha dos rios, bem como na quantidade de transpiração da biosfera), da irrigação de solos secos e da poluição.
Todos esses processos - evaporação, precipitações, fluxos de rios e correntes subterrâneas, regimes de ventos, correntes marinhas, rotação da Terra, radiação solar, calor do interior da Terra, gravitação e ação humana - integram-se num processo cíclico dinâmico que se estende por todo o planeta. Para que ele subsista, é necessário que haja suprimento de energia proveniente do Sol e do interior da Terra.
Dicas
No banheiro
Feche a torneira ao escovar os dentes e ao fazer a barba
Não tome banhos demorados
Mantenha a válvula de descarga do vaso sanitário sempre regulada e não use o vaso como lixeira ou cinzeiro
Conserte os vazamentos o quanto antes
Na cozinha
Antes de lavar pratos e panelas, remova bem os restos de comida e jogue-os no lixo
Mantenha a torneira fechada ao ensaboar as louças
Deixe de molho as louças com sujeira mais pesada
Só ligue a máquina da lavar louça quando estiver cheia
Na lavanderia
Não fique lavando aos poucos, deixe a roupa acumular e lave tudo de uma vez
Mantenha a torneira fechada ao ensaboar e esfregar as roupas
Deixe as roupas de molho para remover a sujeira mais pesada e utilize esta água para lavar o quintal
Só ligue a máquina de lavar roupa quando estiver cheia
No jardim, quintal e calçada
Evite lavar o carro durante a estiagem, se necessário use um balde e pano, nunca a mangueira
Não use a mangueira para limpar a calçada, use uma vassoura
Prefira o uso de regador ao da mangueira para regar as plantas
Nas torneiras
Não deixe a torneira pingando, sempre que necessário troque o "courinho". A perda por vazamento em torneiras é muito grande:
Fonte: http://www.igm.ineti.pt/

Água: Abundância e Escassez
Irrigação por canais (inundação)
Irrigação por Aspersão: O homem quanto mais sabido fica, mais tolices faz contra a natureza, alegando como principal motivo o progresso.
Dentre os recursos naturais, a água hoje é o mais ameaçado do planeta. Ameaçado pela escassez e ameaçado também na sua qualidade. As intensas e crescentes agressões ao meio ambiente vem comprometendo cada vez mas a qualidade e quantidade dos recursos hídricos disponíveis.
A Escassez
A própria expansão e o desenvolvimento das cidades provocam o esgotamento dos mananciais dos quais se abastecem, vendo-se obrigadas a buscarem outros cada vez mais distantes, o que se torna bastante caro. A escassez de água é resultado do consumo cada vez maior, do mau uso, do desmatamento, da poluição e do desperdício.
O Desperdicio
O desconhecimento e a falta de orientação das pessoas são os principais responsáveis pelo desperdício de água, o qual acontece, na maioria das vezes, dentro das próprias residências. São atos concretos de desperdício de água: deixar a torneira aberta enquanto se escova os dentes ou faz a barba; enquanto se usa o sabonete, no banho; enquanto se ensaboa a louça, ao lavá-la; lavar carro ou calçadas com mangueira; aguar o jardim quando o sol já está alto. Também é desperdício ficar em casa com uma torneira pingando ou um cano vazando água. Os problemas de vazamento no sistema público também são responsáveis por boa parcela de desperdício de água.
A Má Utilização
Uma das atividades que mais desperdiça água é a irrigação por canais e por aspersão. No primeiro método, a água é intensamente evaporada e no segundo é indiscriminadamente espalhada, não deixando também de oferecer uma parcela para a evaporação. É necessário que não só se descubra mas que, de fato, se utilizem métodos novos de irrigação para que seja realmente aproveitada cada gota disponível desse precioso líquido.
Os Desmatamentos
Nas nascentes, provoca o progressivo desaparecimento do manancial. Nas margens dos rios, riachos, lagoas e açudes, provoca sérios problemas como o assoreamentos dos corpos d’água, o carreamento de material de todo tamanho e espécie, inclusive os agrotóxicos, geralmente utilizados nas lavouras. Sem a proteção das raízes das árvores, as margens dos corpos d’água se desbarrancam, proporcionando o transbordamento e as conseqüentes e desastrosas enchentes.
A Poluição
Pode ocorrer devido a causas naturais, como as enxurradas, que trazem para os corpos d’água materiais sólidos e sais dissolvidos, e as chuvas que, "lavando a atmosfera", depositam as poeiras e gases na água.
Mas, quem mais tem contribuído para poluir as águas é o próprio homem, quando utiliza os recursos hídricos como receptor dos esgotos das cidades e dos efluentes das fábricas carregados de produtos tóxicos e metais pesados.
Agrotóxicos usados na lavoura
Também são poluentes os agrotóxicos usados nas lavouras e ainda o lixo que é jogado nas águas ou nas margens dos rios e açudes, e as esterqueiras – vacarias, currais e pocilgas – construídas nas proximidades dos corpos d’água.
Mesmo ocorrendo de forma eventual, não se pode esquecer os acidentes com cargas perigosas, que parece até procurarem a presença de um recurso hídrico, para ali acontecerem.
Fonte: http://www.cogerh.com.br/

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