Falando de Projetos... E Copiando argumentações...
Criado em 25/06/2007
Criado em 25/06/2007
No artigo de Eliane Schlemmer, PROJETOS DE APRENDIZAGEM BASEADOS EM PROBLEMAS: Uma metodologia interacionista/construtivista para formação de comunidades em Ambientes Virtuais de Aprendizagem, encontra-se uma variedade de argumentos sobre o tema. Argumentos tais como:
* "Os sistemas educativos encontram-se, atualmente, submetidos a novas restrições: de quantidade, diversidade e velocidade de evolução dos saberes. A demanda por formação é maior do que nunca. Porém, além do enorme crescimento quantitativo, ela sofre também uma profunda mutação qualitativa no sentido de uma necessidade cada vez maior de diversificação e de personalização. Lévy (1999), afirma que: "Os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes ou rígidos que não correspondem as suas necessidades reais e à especificidade de seu trajeto de vida”. (Lévy, 1999, p. 169).
* Nesse contexto, urge a ampliação dos espaços educacionais, e, as redes de informação e comunicação podem servir como meio para criar e disponibilizar esses novos espaços, possibilitando o desenvolvimento de uma inteligência coletiva. O ponto de fundamental importância no desenvolvimento de ambientes que sejam animadores de uma inteligência coletiva é a mudança qualitativa nos processos de aprendizagem, isto é, faz-se necessário o estabelecimento de novos paradigmas de aquisição dos conhecimentos e de constituição dos saberes. O paradigma da aprendizagem cooperativa traduz a perspectiva da inteligência coletiva no domínio educativo. Nesse novo paradigma rompe-se com a idéia de "transmissão à distância", ou seja, a transferência de cursos clássicos (o que se faz num meio analógico para um digital), em formatos hipermídia interativos.
* A metodologia de Projetos de Aprendizagem Baseados em Problemas favorece a cooperação, que se dá por trocas recíprocas e respeito mútuo. Busca-se aprender conteúdos, aprofundar conceitos, por meio de procedimentos que ajudam o sujeito a desenvolver a própria capacidade de continuar aprendendo, num processo construtivo e simultâneo de questionar-se. A avaliação é usada para verificar como o sujeito está pensando, que recursos já utiliza, que relações consegue estabelecer, que operações realiza ou inventa, ou seja, há um acompanhamento de todo o desenvolvimento da aprendizagem.
* Assim, a metodologia de Projetos de Aprendizagem Baseados em Problemas poderá ser uma porta que permitirá: aproximar-se da identidade dos estudantes; evidenciar e desenvolver talentos; favorecer o desenvolvimento de concepções humanistas; desenvolver a cooperação, comunicação, autonomia, criatividade, senso crítico; repensar a estrutura de cursos, a organização do currículo por disciplinas e a maneira de estabelecê-lo no tempo e no espaço educacional; resgatar o que ocorre fora do espaço educacional formal, a transformação derivada da imensa produção de informação; questionar a idéia de uma versão única da realidade; saber onde buscar a informação, como buscar e o que fazer com ela.
* Dessa forma, a compreensão de um processo de trabalho que propicie a interdisciplinaridade precisa levar em conta uma mudança profunda na forma como o professor é capacitado. Precisa priorizar a possibilidade de troca e reciprocidade, considerar o próprio processo de formação do professor, suas concepções de aprender e ensinar, numa constante redefinição da própria práxis em contato com seus pares. “A principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento”. (Lévy, 1999 p. 171).
* Assim, o professor assume o papel de animador da inteligência coletiva dos grupos com os quais está interagindo, centrando sua atividade no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: problematizando, desafiando, incitando a curiosidade, a troca de saberes, proporcionando a autonomia no processo da aquisição de novos saberes, desenvolvendo a cooperação, a mediação relacional e simbólica, etc.“Só mudando nossa forma de pensar é que podemos modificar políticas e práticas profundamente enraizadas. Só mudando nossa forma de interagir poderemos estabelecer visões e compreensões compartilhadas, e novas capacidades de ação coordenada (...) A aprendizagem que altera os modelos mentais é altamente desafiadora, desorientadora. Pode ser assustadora ao confrontarmos crenças e pressupostos consagrados, não pode ser feita isoladamente. Só ocorre dentro de uma comunidade de aprendizes." (Senger, 1998, p. 23).
* Portanto, o que vai determinar a forma como os diferentes recursos e ferramentas tecnológicas serão utilizados, são os pressupostos epistemológicos presentes na prática do docente”.